...e depois, com bigodes de leite, pedem mais paciência e esforço ao povo, que a "vaca 'tá seca".

domingo, 13 de dezembro de 2009

Jantar de Natal obrigatório


Estamos na altura dos jantares de Natal dos empregos, onde convém comparecer. Uma amiga foi ao jantar da Câmara onde trabalha, porque “levam a mal” se faltasse.
No meu caso, foi almoço. Vários colegas explicaram a sua presença porque querem subir as suas más notas (necessárias à progressão na carreira), ou para "não sofrerem retaliações". Ao que chegámos...
Eu recuso-me a ir, como a maioria. Confraternização vem de fraterno, que pressupõe irmandade, afecto e união: 364 dias de chicote e 1 de cenoura é piada de mau gosto.
Pelo menos, este ano não insistiram para cada pessoa ir (no ano passado, um desculpou-se com a vinda dum amigo da Venezuela, disseram para levá-lo...), pois não havia “artista convidado” da direcção central e não era necessário mostrar a casa composta, em sinal de união.
Salvaguardadas as devidas diferenças, é como o marido que não estima a mulher, mas comemora o aniversário de casamento e ainda convida o chefe da repartição.

Como a mim calha aos pares, também falto a outro almoço de natal para o qual sou convidado. Há 9 anos, o administrador duma empresa (com a intervenção do comendador – há sempre um comendador envolvido – da Agros) conseguiu, por meios pouco simpáticos, que fosse “removido” do local de trabalho, pelo meu zeloso cumprimento da lei. Esse “saneamento” acabou por ser muito frutuoso, devia estar agradecido.
Mas a vida dá mesmo muitas voltas e deu-se o caso de sermos agora considerados inimigos pela mesma pessoa – o que, na sua mente, nos torna aliados e mesmo amigos (sic). Vai daí, tenho anualmente mais um convite a recusar.

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