...e depois, com bigodes de leite, pedem mais paciência e esforço ao povo, que a "vaca 'tá seca".

domingo, 29 de dezembro de 2013

DIZ QUE É UMA ESPÉCIE DE DEMOCRACIA

 
A DEMOCRACIA ACABA EM FACHADA SONSA
DE UMA FESTA OLIGÁRQUICA. 
Agustina Bessa-Luís, 1980
em Caderno de Significados, 2013

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

MESA FARTA

Quadra natalícia é tempo de abastança gastronómica, e os repastos
foram motivo pictórico desde sempre.

Banquete. Túmulo de Nebamun, Tebas. 1400 ac
 
Banquete. Túmulo dos Leopardos, Tarquínia. Séc. V ac
  
Festa familiar (fresco). Pompeia, antes de 79 dc
 
Banquete noturno. Gu Hongzhong (907-960)
 
Um festa elegante (detalhe de pintura exterior),
banquete dado pelo imperador Huizong da dinastia Song (1100-1125)
 
Banquete dado por John of Gaunt, 1º Duque de Lancaster e Duque da Aquitânea,
ao genro João I de Portugal (iluminura do séc. XV)

Jantar de nobreza (livro de horas de Herzog von Berry, 1416; iluminura de Janeiro)

Banquete no pinhal. Sandro Botticelli (1483)

Última ceia. Leonardo da Vinci (c. 1498)
 
Banquete dado pelo comandante-em-chefe Lala Mustafa Pasha
aos janíçaros, em Izmit, a 5.4.1578
 
Banquete dos besteiros da Guarda Civil de Amesterdão. Cornelis Anthonisz (1533)

A fonte da juventude. Lucas Branach o velho (1546)

A festa de casamento num estábulo. Pieter Bruegel o velho (1567)

Banquete dos oficiais da Guarda Civil de S. Jorge. Franz Hals (1616)

A morte aparece na mesa do banquete. Giovanni Martinelli (1635)

Companhia da Guarda Civil celebra a paz de Münster. Bartholomeus van der Helst's (1648)

O banquete de Cleópatra. Giovanni Battista Tiepolo (1744)

Banquete na casa de Nani, Giudeca-Veneza. Pietro Longhi (1755)

O almoço da festa no barco. Auguste Renoir (1881)

O banquete. Hogarth William (1884)

O banquete na casa do chefe da polícia. Marc Chagall (c.1923)

Banquete de Wall Street (fresco). Diego Rivera (1928)

Freedom From Want. Norman Rockwell (1943)

Banquete. René Magritte (1955)

O banquete, Picasso e as suas personagens. Renato Guttuso (1973)

TIRA OS COTOVELOS DA MESA

State dining room, Buckingham palace
Ouvido há dias, no início duma refeição:
- Bom apetite.
- Já não se diz bom apetite.
- Ah, não?
- Não. É démodé. Li isso há dias, comprei um livro de ética.
- Etiqueta.
- Sim, etiqueta.

Foi um lapsus linguae engraçado, porque agrilhoado a outro equívoco, a confusão entre educação e etiqueta,  assim chamada porque os burgueses recebiam um anexo (estiquette) ao convite para a corte, com algumas regras a seguir na presença do Rei-Sol. De facto, educação até está mais perto da ética, que da etiqueta: da mesma forma que o inquisidor pode ser mais pecador que o ateu, os comedores de batatas podem ser mais bem educados, no trato com os outros, que a nobreza (outra confusão entre nome e adjectivo) que come caviar e sabe usar talheres de escargots.   

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

OBRIGADINHO

Natal no tempo das renas gordas

Obrigado aos romanos que inventaram a festa do solstício de inverno e ao papa Júlio I que, em 350 d.c. e certamente por intervenção divina, ‘descobriu’ a data do nascimento de Jesus.
Obrigado ao criador dessa obra celestial que são os coscorões.
Obrigado Aníbal e Manuela, Guterres e Cravinho, Durão e Arnault, Sócrates e Teixeira, Passos e Gaspar. Obrigado TGV e aeroporto gorados. Obrigado Lehman Brothers, Fitch e sobejante tríade, Banif, BPN, BPP, PPP, derrapagens das obras públicas, Euro 2004, SCUTs e auto-estradas paralelas. Obrigado BES, swaps, mega-escritórios de advogados e consultores, submarinos Arpão e Tridente, sucateiro, bragaparques e pequerruchos boys dos partidos.
Se não fossem estes fofinhos (aviso: sobredose de espírito natalício), ainda o Natal andava à volta de prendas - numa profusão de fazer corar -, com o stress associado. Isso era o Natal do Passado. O Natal do Presente (e, desconfio, do Futuro) voltou a ser imaterial – a convocatória irrevogável, com data e menu fixos, para A reunião com todos os meus favoritos.
Sendo nós 15 e ½, este ano, obrigado ainda por ter máquina de lavar.
Feliz Natal.

sábado, 21 de dezembro de 2013

2013 ESPREMIDINHO


Personagem do ano:
o Papa que veio do fim do mundo
 
Palavras do ano:
IRREVOGÁVEL (decisão de consciência de Paulo Portas)
NARRATIVA (a versão dos outros, segundo J. Sócrates)

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

ENGENHARIA FISCAL


Conclusões do TC, sobre a Conta Geral do Estado de 2012:
1. Foram omitidos 1045M€ de benefícios fiscais a SGPS - o fisco contrapôs que não são bem benefícios fiscais, mas antes um instrumento previsto no regime especial de tributação, 'que procura atender à realidade dos grupos económicos', por reinvestimento dos lucros.
2. Entre 2010 e 2012, os benefícios fiscais às empresas aumentaram 157M€ (foram 91M€ entre 2011 e 2012), e os benefícios aos particulares caíram 130 milhões de euros (106M€ entre 2011 e 2012).
3. Considerando os 5 principais tipos de benefício em sede de IRC, que correspondem a mais de 60% de toda a despesa fiscal, 48,2% está concentrada nos 10 maiores beneficiários, que deixaram de pagar 132M€ benefícios (em 2011, o valor foi menor, 'apenas' 44%).
4. O Estado deixou prescrever mais de mil milhões de euros em dívidas fiscais em 2012 (566M€ no IVA, 168M€ no IRC e 71M€ no IRS).

7 DE EDUARDO VARELA PÈCURTO

1950 (capa do 'Vidas de ferro')
 
Caracol 1954
 
Viajante madrugador 1957
 
1958
 
Ceira (Coimbra)

Coimbra

Toy poor, Coimbra

FIDALGO PEDROSA E A GEOMETRIA DESCRITIVA

O objectivo principal do fotógrafo* Fidalgo Pedrosa (Lisboa 1955), diz o próprio, é 'captar momentos, coincidências, estéticas, atitudes, emoções e instantes, integrando-os nos grafismos envolventes'.
Não me atrevo a desmentir Pedrosa, quando escreve que as suas imagens (algumas com títulos bem esgalhados) são quase sempre centradas nas pessoas, mas do que 'esgravatei', o que sobressai é a atracção pelas rectas, tangentes, espirais e padrões, onde, quase como uma provocação, ou como um instrumento cénico disruptivo, aparece uma pessoa.
A generalidade das suas imagens é a preto e branco. Sem distrações.
Curiosamente, a fotografia que me deu a conhecer o fotógrafo - a primeira da séria abaixo - é a única cuja autoria não confirmei.

* electrotécnico, na verdade

...de casa às costas... (Lisboa 1976-81)


...mulher de armas... (Paris)


...tecto da tate... (Londres)

...vozes populares... (Barcelona)

...ver para crer... (Barcelona)

...6 divindades...


...cruzes credo, estarão zangados?...

...sombra na hora certa...

...vai mas volta... (Viena de Áustria)

...X...ou a passagem interdita...

...a amizade é central... (Lisboa)

...a moda, antes e depois... (Madrid)

...amar em segurança... (praga)

...balizado... (Lisboa)

...cascata do amor... (Lisboa)

...brunello & cucinelli... (Paris)

...boa opção...

...contra...

...em construção...


...enlatado... (Lisboa)

...geometrias e texturas...

...espiral de vida... (Roma)


...escolhi ser freira... (Roma)

...já faltou mais...

...leitura em dia...

...lezíria do Tejo...

...listas...
 
...mais vale só... ou ...lá vai ele... (Madrid)

...livres e juntos...

...mostrar o caminho... (Paris)

...no ar...

...a nossa porta...

...nunca é tarde... (Madrid)

...passagem de peão... (Açores)

...o seu território...


...o mecenas...


...o homem do saco... (Paris)

...pauta musical...


...pensamentos vazios...


...perfil de mulher... (Cartaxo)

...que vergonha, para além de nu... os pombos cagam-me na cabeça... (Paris)

...sentido indicado...

...senhora da fé...

...sms... (Paris)

...só no cais...

...sozinha... (Cova da Iria)

...marcar a diferença...

...sentido proibido...

...think about it...

Luís Câmara Photography as a model. (Lisboa)

Sugestão http://fidalgopedrosa.wix.com/fotografia#!