...e depois, com bigodes de leite, pedem mais paciência e esforço ao povo, que a "vaca 'tá seca".

domingo, 13 de dezembro de 2009

VOSSA MERCÊ


Eu cá não ligo nada aos prefixos, embora reconheça que o dôtor (parece que agora toda a gente é) mantém distâncias necessárias a funções de autoridade. Podem tratar-me pelo nome (tenho 7 à escolha), basta que não me chamem palavrões ou ofendam a minha mãezinha – o que deve suceder muito, já que sou uma espécie de fiscal, e não sou conhecido como “um dos porreiros”.

Ainda me lembro de escrever nos envelopes “Ex.ma Sra. D. …”. Pensava que o uso de Dona estava ultrapassado (tirando a nobreza), pertencia ao tempo das criadas e das proprietárias. Como é muito comprido chamar Senhora Dona qualquer-coisa, e como as pessoas já não são donas de nada, optava por Senhora, o que julgava não ser ofensa – à conta dessa minha proletarização, levei um puxão de orelhas da minha mãe… e não só.
Pois na minha Direcção existe uma Dona Isabel, muito sensível ao assunto. Acontece que, vim a descobrir, ganhei uma inimiga porque a tratei por Senhora, e não por DONA. Uma catástrofe!

A mudança de Director revelou o carácter das pessoas e a fraqueza humana (para boiar, é necessário empurrar o ombro vizinho para baixo?), promoveu a delação, afastou amigos, aproximou desavindos e provocou alianças inesperadas.
Soube por terceiros que a Dona-Isabel se chateara comigo, da mesma forma que soube por terceiros que passara a ser muuuito minha amiga, desde que foi proscrita. Repito, as voltas que a vida dá.*
O mai’ curioso é que a nossa Paula Bobone da etiqueta à moda antiga, no conforto da sua quase reforma, mandou directamente o Sr. Director “à p. que o pariu”.

* Eis a ligação com o post anterior. Já perceberam, eu sou como os velhotes que começam a falar numa coisa, divagam, e acabam a falar noutra. Tenham paciência.

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