...e depois, com bigodes de leite, pedem mais paciência e esforço ao povo, que a "vaca 'tá seca".

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

A MADEIRA É UM JARDIM


Alberto João Jardim é presidente do governo madeirense desde 1978. Ganhou sempre por uma cabazada: 65.33% em 80, 67.65% em 84, 62.36% em 88, 56.86% em 92, 56.87% em 96, 55.95% em 2000, 53.71 em 2004, 64.24% em 2007.
O próprio fica confuso, a ponto de parafrasear Luis XIV, dizendo a uma jornalista l' état c'est moi. Não é desplante, é democracia.
Desta (e última!) vez, habilita-se a ganhar de novo absolutamente.
Com a receita de sempre, à Pinto da Costa: inventar inimigos que querem prejudicar os ilhéus (a biografia oficial diz que cumpriu serviço militar como oficial de acção psicológica no EME...). E ofendê-los de forma brejeira - chamar Senhor Silva a Cavaco ou loucos aos deputados regionais são 'peanuts', para quem disse que os jornalistas do continente são bastardos, para não lhes chamar filhos da puta (sic) e a outros mandou fuck them -, tudo ao microfone.
O príncipe da poncha ganha à pala dos 'romanos', mas também da obra, 30 anos que transformaram um arquipélago atrasado - é verdade, mas há alguma região que não esteja a milhas de 1977?
E a que preço? Patrocínio do jornal oficioso, eliminação do porte pago de jornais rebeldes, emprego público de boa parte da população, obras faraónicas ao abandono (um heliporto que nunca funcionou, uma marina sem um barco, restaurantes encerrados,...), ascendente sobre as grandes empresas regionais, uma dívida colossal omitida em legítima defesa.
Mário Soares disse uma vez que o povo português sempre foi sábio no momento do voto. Não sei se concordo. Apenas acho que o povo escolhe o que quer e calha ter o governo que merece.

2 comentários:

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  2. 45ª vitória consecutiva, agora com 48.56%, longe do segundo (boa nova, o CDS com 17.63%), 25 dos 47 deputados. Razão: é o melhor candidato a conseguir dinheiro de Lisboa.
    Velha história com os ministros das finanças a 'zerar' a dívida: em 1983, estava cá o FMI, Jardim acordou com Hernani Lopes um limite ao endividamento, ultrapassado em 50% em 12 meses; Miguel Beleza (1990) e Catroga (1994) impõem restrições ao crédito regional, sem sucesso; Sousa Franco pagou cerca de 600 milhões da dívida (70% do total) em 2000, contra a promessa de AJJ de não voltar a défices excessivos; Pina Moura pagou mais 60 milhões da dívida do SNS madeirense em 2001; Ferreira leite impos o endividamento zero para as regiões e Jardim inventou as 'sociedades de desenvolvimento' - resultado, a dívida era de 90 milhões em 2002, 1135 em 2003, 478 em 2005, 963 em 2010 e mais de 6300 milhões em 2011. Entretanto, desviou parte do dinheiro doado por causa do temporal do ano passado para a 'sua' obra.
    Houve sempre alguém a por a mão por baixo.
    E agora?

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