...e depois, com bigodes de leite, pedem mais paciência e esforço ao povo, que a "vaca 'tá seca".

terça-feira, 5 de outubro de 2010

HAVIA BANDEIRAS MAIS GIRAS...

Feita a revolução, houve que encontrar 4 novos símbolos nacionais: uma moeda, um hino, uma imagem e uma bandeira.
A MOEDA escolhida para substituir o real foi o escudo, alternativa já usada em alguns reinados, sendo o último o de João VI. Oficializada a 5/11/1911, durou até 2002, quando chegou o euro. Cada escudo equivalia a 100 centavos e a 1000 réis. Quem não se lembra que o pão custava 2 "mérreis", ou que uma coisa inútil não valia uns mérreis de mel coado?
O HINO foi fácil, pegou-se na música de Alfredo Keil (inspirada n’A Marselhesa) e no poema de Henrique Lopes de Mendonça, criados 20 anos antes, aquando do ultimato inglês. Uns cortes aqui e ali, troca-se bretões por canhões e já está.
A homologação na assembleia ocorreu a 19/06/1911.

A história do BUSTO da república é a menos conhecida das 3. Não passou à história a obra vencedora do concurso lançado em 1911, da autoria de Francisco dos Santos, que apresentava uma mulher mais elegante, mais parisiense. O busto que ficou para a posteridade foi a do 2º classificado, Simões de Almeida (sobrinho) e tinha seios mais fartos. Em comum, o barrete frígio, tipicamente português… A musa foi uma alentejana de Arraiolos, chamada Ilda Pulga (1892-1993).

Falta a BANDEIRA. 10 dias após a revolução, o governo escolheu uma comissão para projectar a nova bandeira. O grupo – que incluía Columbano Bordalo Pinheiro e João Chagas - inspirou-se (natural ou descaradamente) nas bandeiras dos centros republicanos e das sociedades secretas que tinham participado na revolução, a maçonaria e a carbonária.
Eis os motivos apresentados para a escolha, no relatório então produzido: o vermelho "cor combativa e quente, é a cor da conquista e do riso. Uma cor cantante, ardente, alegre. Lembra o sangue e incita à vitória"; o verde "cor da esperança e do relâmpago, significa uma mudança representativa na vida do país"; a esfera armilar é o símbolo dos Descobrimentos Portugueses, a fase mais brilhante da nossa História, portanto deve aparecer na bandeira; o escudo com as quinas deve continuar na bandeira como homenagem à bravura e aos feitos dos portugueses que lutaram pela independência; a faixa com sete castelos também deve permanecer porque representa a independência nacional.
O Governo aceitou a proposta, mas fez algumas alterações, sendo a nova Bandeira Nacional aprovada a 29/11/1910 e homologada pela Assembleia Constituinte a 11/06/1911.
Mas houve mais 27 propostas, algumas delas mais bonitas (voto na 11), outras disparatadas, outras difíceis de costurar, ora mantendo o azul e branco, ora optando pelo verde-rubro, à americana, à francesa, à commonwealth, com o losango ou a bola brasileiros, estilo sul-americano, com caravelas, louros, barretes frígios e até baralhos de cartas.
A alternativa mais mediática foi a de Guerra Junqueiro, que defendia as cores originais: "A bandeira nacional é a identidade duma raça, a alma dum povo, traduzida em cor. O branco simboliza inocência, cândura unânime, pureza virgem. No azul há céu e mar, imensidade, bondade infinita, alegria simples. O fundo da alma portuguesa, visto com os olhos, é azul e branco."

Estandarte do Grande Oriente Lusitano
Bandeira da carbonária
1º projeto da comissão oficial, 29/10/1910

OS OUTROS PROJECTOS
1. Guerra Junqueiro
2. Comissão Portuense
3. José Pereira de Sampaio (Bruno)
4. António Augusto Macieira
5. Alexandre Fontes
6. Rigaud Nogueira
7. António Arroyo
8. Augusto Jorge Fernandes Casanova
9. Joaquim António Fernandes
10. Salvio Ratto11. Alfredo Pinto da Silva
12. Alvitre de Carvalho Neves
13. Delfim Guimarães e Roque Gameiro
14. Francisco Ferreira Marques
15. Albano Ferreira
16. Henrique Lopes de Mendonça
17. António M. de Sousa
18. Aníbal Rodrigues
19. A.P.S.
20. professor de ensino livre21. J. S. Ferreira
22. J.A.E.S.23. Jacinto de Rosiers24. Projecto Racional de Conciliação25. Álvaro A. da Silva Foito
26. Alvite Duarte Alves G. Leal27. Eduardo Álvaro da Silva

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