...e depois, com bigodes de leite, pedem mais paciência e esforço ao povo, que a "vaca 'tá seca".

sábado, 22 de novembro de 2014

WILLY RONIS, O 3º MOSQUETEIRO

Numa das últimas entrevistas a Willy Ronis (1910-1999), chamaram-lhe o 3º mosqueteiro de Doisneau e Boubat. O fotógrafo parisiense, filho dum ucraniano e duma lituana fugidos aos progroms, debutou na revista comunista Regards, entrou na agência Rapho (onde estavam Doisneau e Brassaï)  e foi o 1º francês a trabalhar para a Life. À sua colaboração na revista de moda Vogue, nas antípodas das suas fotorreportagens de greves e ocupações, chamou divertida.
Captando o quotidiano e o 'instante', que disse ser quase demasiado bom para ser verdade, Ronis registou com certa candura a joie de vivre das pessoas simples, apesar das dificuldades da vida (à composição pictórica das suas imagens não será estranha a sua formação musical) - alguém escreveu que ele não se ofenderia se lhe chamassem o imperador do banal, outro alguém lhe chamou o mais poético fotógrafo das classes baixas do século XX.
Quase toda a sua obra (mais de 90.000 fotografias, nas suas contas) tem como cenário Paris e a provença, e como actores o filho Vincente e a mulher Marie-Anne, protagonista de 2 das imagens mais conhecidas, o 'nú provençal' e, já doente com alzheimer, num parque em ocaso.
Descobri o seu nome no Fotografia Total de hoje, dedicado aos direitos de autor dos fotógrafos e dos fotografados. Curiosamente, uma das suas imagens icónicas tem a ver com isso: Ronis procurava uma maneira original para fotografar o pão parisiense, e engraçou com um miúdo que achara na fila duma padaria - pediu licença à avó da criança, para retratá-lo a correr com a baguete de baixo do braço, à saída da loja. Se é isso que quer, porque não?, foi a resposta. A foto custou 3 corridas ao rapaz, uma encenação inabitual na obra do 'poeta do quotidiano', como o alcunharam uns amigos. 
  
 
 
1938. Grève chez Citröen

1945. Les retours des prisonniers

1945. Vincent écrit son nom

1948. Dessous de l'Opera
 
1948. Mannequins

1949. Le Nu provençal, Gordes
(sa femme Marie-Anne Ansiaux)
1949. Vincent aéromodéliste, Gordes



1951. Autoportrait

1951. Béguinage de Bruges, Belgique

1952. Lens, Pas-De-Calais

1952. Le petit parisien, Paris

1952. Place de la Concorde, Paris

1952. Marie Anne et Vincent dans la niege

1954. Lorraine en hiver

1954. BrassaiÌ à jouer pinball

1954. Les chats, Paris

1954. Les chats, Paris

1955. Café française à Soho, Londres

1957. Les Amoureaux de la Colonne Bastille

1963 ca. Les adieux du permissionaire

1967. Zoo de Berlin Est

1970. Lu Nu au Polo Raye

1979. RER Châtelet-les-Halles
 
1988. La veille dame dans un parc
(sa femme Maria-Anne, avec Alzheimer)


sugestões, http://www.theguardian.com/artanddesign/2009/sep/16/willy-ronis-obituary
              http://www.theasc.com/blog/2010/08/23/willy-ronis-%E2%80%9Cemperor-of-the-banal%E2%80%9D/

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