...e depois, com bigodes de leite, pedem mais paciência e esforço ao povo, que a "vaca 'tá seca".

sexta-feira, 11 de julho de 2014

SÃO VICENTE DE FORA

No início havia uma pequena igreja dedicada a Maria e a S. Vicente, construída fora da muralha de Lisboa e mandada erguer em 1147 por Afonso Henriques, para cumprir um promessa aquando do cerco da cidade. A construção foi doada aos cónegos regrantes de Santo Agostinho, que ali se instalaram. Em 1173, passou a albergar as relíquias de S. Vicente, trazidas do Algarve* (consta que o mosteiro contava ainda com as relíquias de S. Tude, Santa Cristina e S. Facundo). Anos depois, em 1210, foi 'casa' dum frade agostinho especial, de nome Fernando, que ficou conhecido já como frade franciscano, Santo António.
Entre 1582 e 1629, mandavam os Filipes, foi construída nova igreja (sob a batuta dos arquitectos Juan de Herrera, o do Escorial, Felipe Terzi e o português Baltazar Álvares, o responsável pela fachada, mimetizada em igrejas construídas nas colónias do Brasil, África, Índia e Macau), mas o mosteiro que vemos hoje é uma obra maneirista encomendada em 1720, por João V.
O mosteiro, encerrado para restauro entre 2008 e 2011, é o panteão da dinastia de Bragança - só lá faltam Maria I (Basílica da Estrela) e Pedro IV (S. Paulo, Brasil) - desde 1885, por ordem de Fernando de Saxe-Coburgo, quando enviuvou de Maria II, e o panteão dos patriarcas.
Num sábado por mês, há concerto - toca o virtuoso (e o maior da capital) órgão barroco, reconstruído em 1765 e restaurado em 1994.
 
* Conta a lenda que corvos indicaram a Afonso Henriques onde estava enterrado o corpo do santo martirizado em Valência em 304 (o seu transporte para o reduto cristão das Astúrias, durante a ocupação muçulmana, fora interrompido a meio, sendo as relíquias escondidas) e 2 dos pássaros sobrevoaram a barca entre o cabo de Sagres até Lisboa - explicando assim a sua presença nas armas da capital. 
 
fachada de Baltazar Álvares, com imagens de S. Agostinho, S. Sebastião e S. Vicente
 
 
 
 
 
túmulo de João IV
 
panteão dos Braganças (junto à imagem, os túmulos de D. Carlos e do delfim Luís Filipe)

 

 

no corredor de acesso, os túmulos dos
duques de Terceira e de Saldanha
 
sacristia (tecto posterior ao terramoto de 1755)

órgão barroco original (a falta de uso e a falta de dinheiro para intervenções
durante o séc. XIX impediu que o órgão fosse alterado durante 250, ao sabor
dos novos gostos musicais, como sucedeu a muitos órgãos europeus) 
 
D. João V

 

 

 
 
os mártires de Marrocos

 

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