terramoto 1.11.1755
'Os Governos! Podiam ter criado, é certo, mais artilharia, mais ambulâncias; mas o que que eles não podiam criar era uma alma enérgica ao País! (...)
O Governo! O País esperava dele aquilo que devia tirar de si mesmo, pedindo ao Governo que fizesse tudo o que lhe competia a ele mesmo fazer!... Queria que o Govermo lhe arroteasse as terras, que o Governo criasse a sua indústria, que o Governo escrevesse os seus livros, que o Governo alimentasse os seus filhos, que o Governo erguesse os seus edíficios, que o Governo lhe desse a ideia do seu Deus!
Sempre o Governo! O Governo devia ser o agricutor, o industrial, o comerciante, o filósofo, o sacerdote, o pintor, o arquitecto - tudo! (...) E como o Governo está lá para fazer tudo - o País estira-se ao sol e acomoda-se para dormir. Mas, quando acorda - é como nós acordámos - com uma sentinela estrangeira à porta do Arsenal!
(...)
Como me lembro! Íamos para os cafés, para o Grémio, traçar a perna, e entre duas fumaças, dizer indolentemente:
- Isto é uma choldra! Isto está perdido! Isto está aqui, está nas mãos dos outros!
E em vez de nos esforçarmos por salvar «isto» - pedíamos mais conhaque e partíamos para o lupanar.'
manuscrito de 1878, ed. 1925
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