...e depois, com bigodes de leite, pedem mais paciência e esforço ao povo, que a "vaca 'tá seca".

domingo, 11 de abril de 2010

PAZ, PÃO, POVO E LIBERDADE


Mais um ungido no PSD, Agora Passos Coelho. Disse um dia o Jaime Gama que “Não há segunda oportunidade para se criar uma primeira impressão”. Eis a minha.
1. A Unidade. Porventura sincero, o abraço de urso aos outros 2 candidatos eliminou dissidências e, ao contrário da Ferreira Leite, dá uma imagem de coesão, há muito afastada do partido. Ajuda saber que o poder pode estar perto, claro.
2. A entourage. Está lá o aparelho, com o chefe da distrital de Lisboa António Carreira (numa presidência qualquer), o chefe da associação de municípios Fernando Ruas (Presidente do congresso), o chefe da distrital do Porto Marco António e o filho do Filipe Menezes (vice-presidentes). Mas também muitas caras novas, como o fiscalista Leite Campos, comentador da SICN.
E o inamovível Zeca Mendonça, o "abre alas" de, até agora, 17 presidentes, desde Sá Carneiro. As memórias deste assessor de imprensa, contratado como segurança do partido em Agosto de 74, serão um best-seller, pela certa.
3. A modernidade. Cenário à telejornal, com gente atrás, e mesa de bloguers no congresso, com direito a conversa com o Passos. A atenção à forma de comunicar é espelhada na promoção a vice-presidente duma académica especializada em Marketing político.
4. A mensagem. Apanhei um bocado do discurso final, e parecia estar a ouvir o Portas. Passos falou no tributo social (quem tem o apoio do Estado deve retribuir, com trabalho nas juntas ou em IPSS, por exemplo) e na importância da economia social, o 3º sector da sociedade que junta ONG, IPSS, cooperativas e quejandos. Só faltou a lavoura.
Passados 2 anos sobre o auge da crise mundial, já pode dar uma demão de liberalismo, ainda muito tímida, e descolar de Sócrates: Estado fora da economia!
5. A demagogia. Passos repetiu o empenho na luta contra a corrupção, a alergia à tomada do Estado pelos partidos e à colocação de camaradas em empresas privadas com participação pública. ‘Tá-se a ver que, se lá chegar, o seu (sôfrego) partido não vai cobrar… em géneros.
E a ideia do Estado pagar salários nas empresas a quem seria despedido, em vez de pagar subsídios de desemprego, até é simpática, mas vê-se como ia parar com o nosso patronato: eu agora despeço-te, continuas a trabalhar, mas é o Estado que paga.
6. A família. O pai, fundador e ex-presidente do PSD de Vila Real, disse em entrevista “ai dele se não faz só o que é razoável, a minha mulher ficava desgostosíssima”. Delicioso. Ainda vai levar muito tau-tau da mãezinha...

1974
1975

Fantástico espólio de cartazes em "Flickr: galeria de jal2684"

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