...e depois, com bigodes de leite, pedem mais paciência e esforço ao povo, que a "vaca 'tá seca".

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

QUE TAL OFERECER LIVROS-TIJOLOS?

CHURCHILL é talvez, a minha personalidade preferida do século XX. É, com Mark Twain, Millôr Fernandes e Grouxo Marx, autor duma série de frases célebres. Algumas mostram o seu sarcasmo: certa vez, uma Senhora retorquiu numa discussão “Você está bêbado!”, ao que Winston respondeu “E você está feia, a minha vantagem é que amanhã passa-me”.
Mesmo P.M., usava as manhãs todas para dormir e começava o dia com uma charutada e com o primeiro de muitos copos de gin ou wisky, já não me lembro. Essa parte dá-lhe patine - duvidai é dos ascetas, digo-vos.
Qual Cassandra, foi o primeiro a alertar que a complacência da Europa estava a alimentar um monstro, Hitler. Foi um óptimo estratega na 2ª guerra, mas perdeu as eleições meses depois da vitória. Por compensação, ganhou inexplicavelmente o nobel da literatura, pelas suas Memórias da 2ªG.M. É esta que vos recomendo este Natal (Ed. Nova Fronteira).

Estaline, a corte do czar vermelho (Ed. Aletheia) é outra biografia que requer fôlego, pelo tamanho do tijolo (é uma empreitada!) e pela sua loucura: em 1939, o Zé já levava vários milhões de mortos de avanço sobre Hitler. As purgas atingiam oposicionistas ou camaradas, de forma quase igual (por vezes, desapareciam metade dos membros em congressos do PC sucessivos, fisicamente e dos registos), nem os amigos do peito escapavam, dada a sua desconfiança patológica. O historiador Simon Montefiori viu este seu livro consagrado, e com razão.

Mais um par de contemporâneos: César de A. Goldsworthy (A Esfera dos Livros) e Cícero de A. Everitt (Quetzal). É impressionante como há tanta informação sobre gajos mortos há 2000 anos e como sobreviveram documentos originais.
Em ambos os casos, a história foi feita parcialmente pelos próprios, o que os beneficia: César ditou as suas Campanhas na Gália, Cícero (um advogado não-patrício que chegou à distinção máxima, Pai de Roma) seria poeira, não fosse deixar-nos a sua muita correspondência e os discursos (à custa do seu secretário, Tiro, talvez o primeiro estenógrafo oficial). Quem gostar de Roma antiga, leia Roma e os “policiais” de Steven Saylor.

Finalmente, saiu agora uma História de Portugal com 2 trunfos: é em boa parte dedicada à história contemporânea e já tem um distanciamento temporal suficiente da ditadura e da revolução (os historiadores não devem participar na História).
Pena que os livros sejam caríssimos - falta de escala, dizem os livreiros, mas fica uma pescadinha de rabo na boca -, estes um pouco mais. Mas ficam bem no sapatinho do papá.

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