...e depois, com bigodes de leite, pedem mais paciência e esforço ao povo, que a "vaca 'tá seca".

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Na saúde e na doença



A única diferença entre um capricho e uma paixão eterna é que o capricho dura mais tempo. Oscar Wilde

Facto: a sociedade moderna é hedonista, visa o prazer imediato, o que justifica que o pessoal apenas se junte, para ver se dá, ou case mais tarde (é mais barato, e a mamã trata da roupa), e separa-se com frequência, num método “tentativa e erro”.
Não condeno, as pessoas querem ser felizes, e fazem muito bem. Parece-me, contudo, que as decisões são imediatistas, por e tirar a anilha pode ser um acto pouco amadurecido.
Estatística: A taxa de nupcialidade diminuiu 23% entre 2000 e 2004, descendo de 7‰ pessoas em 92 para 4.4‰ em 2007, e a idade dos nubentes aumentou 1.6 anos (28,5 nas mulheres e 30,9 nos homens). Em 2006, houve 48 divórcios por cada 100 casamentos O divórcio ocorre em média aos 40,7 anos, a taxa de divórcios subiu de 1.1‰ em 92 para 2.2‰ em 2006, havendo 1 divórcio em cada 3 casamentos (melhor que no RU, onde há 1:2).
Acaso: O meu pai foi solteiro, noivo, casado, viúvo, separado, divorciado e unido de facto. Eu sou muito mais enfadonho – e não será mau sinal se permanecer assim -, o que, pelos vistos, parece dever-se à roda da fortuna (devo, aliás, confessar que a minha cerimónia foi a segunda mais pelintra a que assisti, mas memorável, confirmam testemunhas).
Casos: É chato quando os amigos se separam, primeiro temos que assimilar a fissão, deixa de haver "o Rui da Maria", depois ainda nos incluem nas partilhas, no lote da TV e do frigorífico - já me aconteceu.
Encontrei ontem uma grande amiga de há uns anos. Pedi novidades e respondeu de chofre, Divorciei-me. Em resposta ao convencional “Então…?”, resolveu condensar tudo numa frase, o que a tornou quase críptica, mas denotava ser uma explicação muito pensada. Ainda apanhei o “mudámos, já não somos os mesmos miúdos (…) conheci o Coiso aos 18 e divorciei-me aos 36, é uma vida inteira com ele, e só agora percebi as oportunidades que perdemos. Continuamos a trabalhar juntos e a ser amigos”.
Pensei em dizer-lhe “sinto muito”, mas calei-me, nem sei de lamento! É pena que um empreendimento tão longo tenha falhado, é bom não insistir e sair dum projecto sem sucesso. E depois, ela merecia melhor que o Coiso.
O certo é que conheço algumas pessoas que celebram a data do divórcio. Pode ser mesmo uma ocasião para festa com direito a discurso, brinde e bolo.




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