...e depois, com bigodes de leite, pedem mais paciência e esforço ao povo, que a "vaca 'tá seca".

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

É A VIDA

Gostei muito do exercício do Nuno, sobre o “lembras-te de”.
É verdade, o Cartaxo (e Vila Real, onde estudei) cresceu e descaracterizou-se, tornando-se mais uma terra como as outras.
É inexorável o desaparecimento das tascas, se não derem para as contas - como acabaram os latoeiros e os ferreiros, a leitaria, a loja dos chapéus e das boinas, o sapateiro no vão do prédio, a mercearia de bairro com o aroma inconfundível da fruta, do café e do feijão vendido avulso, em sacos de sarapilheira.
No seu lugar apareceram os cafés com mobiliário piroso (Monumental, o precursor), espelhados (Martinica, nome tipicamente ribatejano) ou com neons rosados (Rosabela). Não havia necessidade.
Quanto às tabernas, ainda as há, com o balcão de mármore impregnado com cheiro a vinho (daquele que pinta a língua), a cortina de fitas, o calendário e a fotografia do Benfica na parede. Mas será preciso uma Catarina Portas cartaxense, que consiga parar o metrónomo e (re)abra tascas sustentáveis, com vinho da casa, pipis, molhinhos e caracóis.

1 comentário:

  1. Epá...a Catarina Portas? Não sei bem...isso é gente muito passada!
    E além disso, punha logo o copo 3 a € 1,50 e o nosso bloquista de serviço passava-se!

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