...e depois, com bigodes de leite, pedem mais paciência e esforço ao povo, que a "vaca 'tá seca".

domingo, 31 de julho de 2016

PALÁCIO DO BOLHÃO

De cara lavada, o palácio do Bolhão está hoje emprestado a uma escola de artes e uma companhia de teatro. Porque não são egoístas, ou precisam de estofar o orçamento, os comodatários abrem as portas para visitas teatralizadas (5€) que nos transportam para os bailes com a nata da sociedade portuense, que enchiam as páginas das gazetas.
Um dos gazeteiros e visita de casa, Camilo, escreveu sobre o 'carácter entre o severo e o risonho' do palácio, as festas onde '800 dentaduras supriam em velocidade a beleza que lhes faltava', ou o divórcio do então barão do Bolhão, o que lhe valeu uns bofetões dados pelos sobrinhos da baronesa.
O conde do Bolhão foi uma espécie de Ícaro: nascido em 1814 (já a data da morte é uma incógnita), tinha 30 anos quando mandou construir a maison, pela módica quantia de €350, à época uns mais charmosos 70 contos de réis; 'deu' a filha ao varão do duque de Saldanha; hospedou por 2 vezes D. Maria II no seu humilde lar, onde houve faustosas soirées até a mulher fugir de casa, acusando-o de tirania conjugal e maus tratos físicos; acusado de falsificar moeda no Brasil (foi absolvido no recurso), o dono de 'uma das mais sólidas fortunas do Porto' acabou por falir e entregar o palácio ao credor principal. De nada lhe valeu a estátua de Mercúrio, deus do comércio e do lucro, no frontão da casa... 
Apareçam!








 

sexta-feira, 29 de julho de 2016

UM CR7 DA BANCA


O banco inglês Lloyds anunciou ontem 2 coisinhas, tipo 'tenho uma boa e uma má notícia, qual queres primeiro?' - bem, para os accionistas são as 2 boas...
Pois é, anunciou que vai fechar 200 balcões e despedir 3000 pessoas,  na precisa altura que o lucro semestral... duplicou, para €2.200.000.000, dois mil e duzentos milhões de euros.
O seu presidente explicou que o resultado é fantástico, mas (ohhhh!) são necessárias medidas de contenção, dada a incerteza por causa do brexit.
A graça desse mago das finanças (que, adivinhem, também passou pela Goldman Sachs) é António Horta Osório, português de gema. Um orgulho nacional!!!