Numa das últimas entrevistas a Willy Ronis (1910-1999), chamaram-lhe o 3º mosqueteiro de Doisneau e Boubat. O fotógrafo parisiense, filho dum ucraniano e duma lituana fugidos aos progroms, debutou na revista comunista Regards, entrou na agência Rapho (onde estavam Doisneau e Brassaï) e foi o 1º francês a trabalhar para a Life. À sua colaboração na revista de moda Vogue, nas antípodas das suas fotorreportagens de greves e ocupações, chamou divertida.
Captando o quotidiano e o 'instante', que disse ser quase demasiado bom para ser verdade, Ronis registou com certa candura a joie de vivre das pessoas simples, apesar das dificuldades da vida (à composição pictórica das suas imagens não será estranha a sua formação musical) - alguém escreveu que ele não se ofenderia se lhe chamassem o imperador do banal, outro alguém lhe chamou o mais poético fotógrafo das classes baixas do século XX.
Quase toda a sua obra (mais de 90.000 fotografias, nas suas contas) tem como cenário Paris e a provença, e como actores o filho Vincente e a mulher Marie-Anne, protagonista de 2 das imagens mais conhecidas, o 'nú provençal' e, já doente com alzheimer, num parque em ocaso.
Descobri o seu nome no Fotografia Total de hoje, dedicado aos direitos de autor dos fotógrafos e dos fotografados. Curiosamente, uma das suas imagens icónicas tem a ver com isso: Ronis procurava uma maneira original para fotografar o pão parisiense, e engraçou com um miúdo que achara na fila duma padaria - pediu licença à avó da criança, para retratá-lo a correr com a baguete de baixo do braço, à saída da loja. Se é isso que quer, porque não?, foi a resposta. A foto custou 3 corridas ao rapaz, uma encenação inabitual na obra do 'poeta do quotidiano', como o alcunharam uns amigos.
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1938. Grève chez Citröen |
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1945. Les retours des prisonniers |
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1945. Vincent écrit son nom |
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1948. Dessous de l'Opera |
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1948. Mannequins |
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1949. Le Nu provençal, Gordes
(sa femme Marie-Anne Ansiaux) |
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1949. Vincent aéromodéliste, Gordes |
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1951. Autoportrait |
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1951. Béguinage de Bruges, Belgique |
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1952. Lens, Pas-De-Calais |
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1952. Le petit parisien, Paris |
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1952. Place de la Concorde, Paris |
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1952. Marie Anne et Vincent dans la niege |
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1954. Lorraine en hiver |
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1954. BrassaiÌ à jouer pinball |
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1954. Les chats, Paris |
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1954. Les chats, Paris |
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1955. Café française à Soho, Londres |
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1957. Les Amoureaux de la Colonne Bastille |
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1963 ca. Les adieux du permissionaire |
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1967. Zoo de Berlin Est |
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1970. Lu Nu au Polo Raye |
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1979. RER Châtelet-les-Halles |
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1988. La veille dame dans un parc
(sa femme Maria-Anne, avec Alzheimer) |
sugestões, http://www.theguardian.com/artanddesign/2009/sep/16/willy-ronis-obituary
http://www.theasc.com/blog/2010/08/23/willy-ronis-%E2%80%9Cemperor-of-the-banal%E2%80%9D/
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