1923. Aos 28
anos, Carlos Alberto Cabral (1895-1963) herda o título de conde de Vizela, que
D. Carlos concedera em 1900 ao pai Diogo José Cabral, industrial têxtil e
deputado (consta que o único registo da sua passagem pelo parlamento foi um
pedido de equiparação pautal do papel tarjado de luto aos papeis impressos).
No mesmo ano, Carlos
instala-se em Biarritz e dedicou-se a mobilar a casa com art déco. Em 1925,
decide restaurar (acabou por deixar apenas de pé o interior da capela) a casa que o pai
mandara fazer na Quinta do Lordelo, local de veraneio familiar nos
arrabaldes do Porto – tudo à grande e à francesa, o projecto dos arquitectos Charles
Siclis e José Marques da Silva foi sofrendo alterações e ‘contributos’ de Jacques-Émile Ruhlmann, que conhecera em 1925, na Exposition Internationale de Arts Décoratifs et Industriels
Modernes de Paris (responsável pela sala de jantar, o hall, o
salão, o vestíbulo e sala de bilhar) e os seus colaboradores Alfred
Porteneuve (escolheu a cor da casa), René Lalique (responsável pela clarabóia),
Edgar Brandt (responsável pelo portão de ferro forjado que separa as zonas privada
e comum), Ivan Da Silva Bruhns, Leleu, Jean Perzel e Raymond Subes. Jacques Gréber desenhou os jardins simétricos e rectilíneos, à
imagem dos jardins franceses dos séculos XVI e XVII.
Tudo à grande e à francesa, com madeiras
exóticas nos soalhos e mármore na casa de banho, o Sr. Conde habitou a casa
desde 1944, quando ficou pronta, até vendê-la por falta de capital. Em 1957, a
propriedade foi adquirida pelo conde de Riba d’Ave, o industrial delfim Ferreira,
com o compromisso de deixar tudo como encontrou.
Quanto ao recheio art déco, parte do qual
veio da vivenda de Biarritz entre 1944 e 1948, foi desaparecendo em leilões.
Um deles, em 2009, incluía 3 malas Louis Vitton onde viajavam as ceroulas e a
brilhantina (imagino eu) do Sr. Conde.
Dezembro
Pá, Claes Oldenburg
Museu de Arte Contemporânea (1996-99)
Parterre d'eau em vários níveis, com planos de água comunicantes,
flanqueados por relvados e maçiços arbustivos (desenho de Jacques Gréber)
flanqueados por relvados e maçiços arbustivos (desenho de Jacques Gréber)
Casa (1925-44)
http://www.serralves.pt/gca/?id=331
capela
Portão de ferro forjado, separa zonas privada e comum (Edgar Brandt)
No piso
enterrado, encontram-se a cozinha, a despensa e os locais de serviço.
No piso
térreo, encontram-se todas as salas de estar, de jantar e átrios.
No 1º
piso, a zona privada, incluindo a casa de banho em mármore.
serralves em festa, Junho
histórias suspensas, Radar 360º
actividades em família
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