...e depois, com bigodes de leite, pedem mais paciência e esforço ao povo, que a "vaca 'tá seca".

quinta-feira, 24 de maio de 2012

D. FUAS BRAGATELA


Cheio de larica, o sacripanta enchia o gorgomil e escarrava uma chusma de estribilhos no seu canhenho.
Entrementes, a matrafona estava num ramerrame com a sua perlenga. Aprochegaram-se duas moçetonas: enquanto uma ouvia a parlapatice e confabulava com a dona da tenda, a irmã, graduada em calhandrices, não resistiu aos fornicoques e, de sorrelfa, escondeu uma das traquitanas na sua farpela.
Mas a matrona espiava, durante os salamaleques, e numa virada gritou 'Ó sua fideputa!', chamando os esbirros do beleguim, na altura em que as raparigas untavam as sapatas e se punham a léguas.

O livro de Paulo Moreiras é delicioso e cheio de palavras em desuso, que a nossa geração ainda ouviu ao vivo, da boca dos nossos (bis)avós - é como voltar atrás no tempo e saborear de novo as borbulhas de uma Laranjina C.
O chorrilho acima não está n' A Demanda..., mas estão lá aqueles termos e muitos mais, cerzidos com engenho e arte.
Absolutamente a ler.

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