Estúpido!, chamou-me a minha filha, a propósito de qualquer coisa, quando eu saí da sala. Voltei atrás e dei-lhe umas furiosas nalgadas, como um metrónomo, enquanto ensinava "é-a-úl-ti-ma-vez que me chamas nomes, 'tás a ouvir?".
Mandei-a googlar e copiar o significado de respeito.
Assim escreveu "1. sentimento que nos impede de fazer ou dizer coisas desagradáveis a alguém; 2. Apreço, consideração, deferência, obediência, submissão, temor, medo; 3. Temor do que os outros podem pensar de nós" (não sei explicar melhor, mas parece-me uma má tradução da palavra).
- Percebes o que escreveste? A tua tia não tem filhos e vai para o Brazil e para a festa da cerveja de Munique, sai à noite, vai ao teatro e ao cinema; nós escolhemos ter filhos, ganhamos umas coisas e abdicamos de outras por vocês, tás a ver? Agora, não somos iguais, eu devo criar-te e tu deves-me respeito, ok?
Espero que a troika apertão-redacção-sermão tenha servido...
A seguir, fui deixar os miúdos a casa duma amiga, para almoçar, e fui comprar uma prenda para um aniversário a que ela vai hoje. À minha frente na fila encontraram-se 2 amigos, que carregavam livros infantis:
- Olha, vim comprar um livro para o Rui levar a um aniversário.
- Pois. Eu estou na volta dos sábados de manhã, a comprar prendinhas para as festas da Rita. Levei-a agora a um teatro, tenho que ir buscá-la para ir almoçar com amiguinhas e à tarde tem outra festa... e amanhã outra.
É, os membros das famílias com a agenda social mais preenchida são os que ainda não têm carta de condução - curiosamente, geralmente são eles que 'conduzem'.
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