...e depois, com bigodes de leite, pedem mais paciência e esforço ao povo, que a "vaca 'tá seca".

segunda-feira, 18 de julho de 2011

LIVE FAST & DIE YOUNG... (série Menina Não entra)


Esperei por ela como um amante, como um noivo antes das núpcias, calcorreando o quarto, verificando o gelo do Dom Pérignon 1953 vintage e borrifando a suite com Chanel nº 5”.
Assim descreveu Bert Stern a espera de 5 horas por Marilyn Monroe (1926-62) e pela sua cabeleireira, para uma maratona de fotografias para a Vogue, que durou 12 horas (em 1 ou 3 sessões, fiquei sem saber) na suite 261 do hotel Bel-Air, em Junho de 1962.

Nessas horas, Marilyn ‘vestiu’ colares, lenços, 2 mega-rosas fornecidas pela revista (e, a espaços, alguns vestidos), “bebeu galões de Dom Pérignon, embebedou-se e adormeceu”, enquanto Stern não largou a câmara.
A própria Marilyn rejeitou várias fotografias, traçando os negativos com uma caneta vermelha, e odiou ver a sua cicatriz na barriga, resultado duma operação recente à vesícula.
Foram mais de 2500 fotografias – numa sessão que ganhou o nome The Last Sitting - e ficaram muitos anos na gaveta. Algumas viram a luz do dia em 1982, umas foram parar à Playboy, e a maioria apenas saiu do armário no início do milénio. Cerca de 60 entraram num roadshow que passou pelo Centro Cultural de Cascais, numa exposição que acabou ontem.
São fotografias muito bonitas, um crédito do fotógrafo e da actriz. Lá estão a sensualidade, a vulnerabilidade (tendo a nudez um duplo sentido metafórico), mas em primeiro plano uma tristeza e um cansaço no olhar, físico, etílico e emocional. Por essa altura, os melhores amigos da Marilyn não eram os diamantes, eram os barbitúricos.
Curiosamente, décadas depois, outra actriz com instintos auto-destrutivos fez um remake desta sessão fotográfica, Lindsay Lohan. Sem lhe chegar aos pés.
Foi a sua última sessão: 6 semanas depois, a actriz morria de overdose*.
E assim ficou eternamente bela.

* Para os adeptos de conspirações à Oliver Stone, foi assassinada para não revelar os casos que tinha/tivera com o presidente JFK e depois com o seu irmão Bob Kennedy (procurador-geral).
A história mete a máfia que queria chantagear os Kennedys (Monroe terá encontrado na véspera, numa casa de Sinatra, o capo Sam Giancana – que também patrocinara bacanais dos irmãos John, Bob e Ted, e do seu cunhado, no hotel Carlyle de NY).
Contribui para o enredo uma ambulância que esperava à porta antes do alarme, a aus~encia de água ou copo perto dos comprimidos, a autópsia desaparecida que não encontrara nada no estômago, o último telefonema para o psicanalista, o sumiço das gravações telefónicas, as ameaças aos amigos que não ficaram contentes com a história oficial.












e o remake de Lindsay Lohan

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