...e depois, com bigodes de leite, pedem mais paciência e esforço ao povo, que a "vaca 'tá seca".

quarta-feira, 13 de abril de 2011

NÃO VALE TUDO


Há dias, fui tomar café à esplanada do campo de treino de golfe perto de casa. O que não é hábito (juro!), ouvi a conversa de 3 pessoas que estavam na mesa do lado. Falavam do seu trabalho, numa empresa qualquer.
O Gaspar (único nome que retive) desabafava: "Epá, nunca conheci tanta gente canalha. Que cambada de arrivistas*!Vale tudo, mesmo bufar dos colegas, só para se promoverem junto do chefe - a sorte deles é que os outros têm escrúpulos e não lhes fazem o mesmo. Na Moita [a filial de onde veio, segundo percebi] a gente era bem melhor."
Baltazar (chamemos-lhe assim), retorquiu: "Olha, primeiro o pessoal da Moita é tão boa como a do Porto, são feitos do mesmo material - a diferença é que aqui promove-se a bufaria e premeia-se a adulação, e lá não. Segundo, a vantagem desde que chegou este chefe é que ficámos a saber com quem contar e o que cada um vale... ou não! Ficou tudo exposto."
O terceiro, Melchior (façamos de conta), foi beberricando o seu café enquanto os ouvia. Quando lhe pediram a opinião, encolheu os ombros e desabafou: "Por mim, preferia a ignorância, não ter que conhecer as avessas das pessoas e levar umas facadas nas costas; antes continuar tudo como antes, havia outra camaradagem (ainda que falsa) e amigos com a pequeno, porque não eram testados a fundo."
Vai-se a ver e este é que a sabe toda.

Moral da história: As pessoas são como as cebolas (e os ogres, como disse o Shrek): têm camadas e algumas fazem chorar quando descascadas.

* arrivista: s. 2 gén. pessoa que quer ter êxito a qualquer custo, mesmo em prejuízo de outrém; indivíduo ambicioso, sem escrúpulos; videirinho.
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