...e depois, com bigodes de leite, pedem mais paciência e esforço ao povo, que a "vaca 'tá seca".

domingo, 18 de abril de 2010

PR'A SEMANA EXPERIMENTO



400 milhões de pessoas fazem parte da rede social Facebook. É muita gente, a somar aos "amigos" do twitter, do xing, do ning, do linkedIn, ...
Eu ainda não aderi, o que quase me torna excêntrico, visto que TO-DO o mundo já lá está.

Já pediram “a minha amizade” várias vezes, no Hi5 e no Facebook. Alguns dos convites eram de pessoas com quem raramente me cruzei, duma concelhia do PS e dum dirigente local do mesmo partido, que toda a gente sabe que não é o meu (partido que já me convidara para apresentações de candidatos em 2 terras bem afastadas, o que só prova que são nada selectivos – é quase assédio).
Mas compreendo que tenha interesse por motivos comerciais, políticos ou de intervenção cívica - a "coisa" é uma agenda de contactos gigantesca e uma mensagem pode espalhar-se em horas, como mil rastilhos.

Acompanhei uma estreia. Começa-se por encontrar uma série de gente, amigos perdidos e malta que já nem lembrávamos que existia: "olha o sabugo! olha o como é que se chama?! ena a Tecas!" Essa parte é óptima, como é descobrir grupos de fãs de bares do nosso roteiro nocturno na faculdade, e com velhas fotos anexas (um dos títulos, "já me senti indisposto no Pioledo", serve a milhares que lá passaram).
Depois vem a fase chata dos convites para amigo por gente chata. Faz-se de morto para não responder, como se evita atender o vendedor da ZON.
Diria que todos passam pelo mesmo, mas há quem aceite toda a gente e convide toda a gente, procurando ser amiga de pessoas que nunca viram mais gordas (como filhas de colegas...), ao mesmo tempo que não sabem a graça do vizinho do lado.
Há quem se meça pelo número de amigos, mas imaginem um ginásio com má acústica, ouvir 800 gajos a falar não é conversa, é ruído. Bem, é o regresso aos amigos imaginários, para quem os teve: chamar-lhes amigos faz-me lembrar o comentário de Mark Twain à notícia da sua morte, "é claramente um exagero".
Muitos são pessoas com quem não bebíamos um copo, a quem não telefonamos pelo TMN gratuito, ou ainda que vemos diariamente, sem trocar uma ideia.

E as relações são meio mecânicas ou robóticas, impessoais: há mensagens pré-formatadas à distância dum clique, como “Manuel manda abraço” - mesmo que a mensagem seja explicitamente dirigida a outrem -, ou “Isabel gosta disto”. Nem se escreve, clica-se!
O facebook tem os fãs e os fanáticos, verdadeiros apóstolos que cantam loas à ideia. Existem já clínicas para tratar o FAD (facebook adict disorder) em doentes que "têm que" visitar a rede todos os dias (by the way, é o vosso caso?).
É, só por febre a pessoa substitui contactos pessoais por mensagens no facebook: há dias, contaram-me o caso dum gajo que descobriu no facebook que o afilhado de casamento de separara...

Há ainda um grupo de gente, do meu tamanho, que se entretém a semear melões e uvas (esta uma boa opção, consta) e ganha moedas a adubar o campo dos vizinhos no Farm Ville, um jogo com gráficos pouco elaborados e com frases feitas, tipo “Susana precisa de ferradura” e “Carlos agradece presente”. Isso exige uma ou mais visitas diárias.
Em contra-mão, apareceram uns gajos que pretendem vandalizar as plantações, como quem invade campos de milho trangénico.
O jogo, a que eu chamo um tamagoshi estilo borda d'água, é porém simpático, os “vizinhos” ajudam-se mutuamente e trocam vaquinhas cor-de-rosa. Menos mal.

2 comentários:

  1. Olá amigo Tolas

    O facebook ou o twitter, ou seja lá o que for, que permita a comunicação de coisas tão interessantes como "Eu hoje tenho uma cueca azul", dito por uma pseudo estrela qualquer, não me despertaram interesse, confesso. Sou um anti-social nesse sentido.

    Porém há algumas vantagens que lhe reconheço. Rapidez de informação, escrita livre (olha a China), segmentável, entre outros atributos. Sabias que o Michael Jackson "morreu" primeiro no twitter que nos outros meios de informação? Mas apenas quando os media tradicionais confirmaram a morte do rapaz é que morreu de "de verdade" para as pessoas.

    Ou seja, e para não me alongar muito, tenho uma relação de desconfiança com o facebook, mas por outro lado procuro estar atento ao que por lá se passa.

    Olha foi assim que descobri um site sobre a minha UBI (Universidade da Beira Interior) e este trabalho cinematográfico que deve estar para sair:

    http://www.youtube.com/watch?v=NBOMhTMU9wg

    E têm site oficial e tudo:

    http://www.umfuneralachuva.com/


    Abraço

    Luís Coito

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  2. «tamagoshi estilo borda d'água» a meu ver é genial. Já me tinha lembrado do tamagoshi em relação à Farm Ville, mas só o Duarte para se lembrar de relacionar com o 'borda'.
    Será que no Farm Ville se pode ter uma Alegria da Casa sem morrer? Espero que sim, até porque considero estes jogos on-line ou não, muito didácticos. Por exemplo!: o simcity é capaz de explicar a quem o jogou, porque o Santana esteve sempre envolvido com casinos nas suas passadas autarquias. Até parece que jogou simcity!
    E o Paulo?! De certeza que conhece bem o simcity!... Não tenho qualquer dúvida. "Cagou" em casinos que só chateia os religiosos e as extremas... e aplicou-se na maravilha, o parque central. E acho muito bem. Com tapumes. Sem tapumes. Com arvores a sair e a entrar... Eu não sei se faria melhor. Só sei que não queria ter muita dívida. E muito menos, daquela p'ó povo pagar (enquanto deixei obra e enchi a barriguinha).

    Podiamos ter uma Farm Ville com um produto de marca, Morteirada. Gerido pelos "farmers" que gostam deste blog.
    Alguém sabe o 'link'?, a morada para termos a vila da quinta da morteirada, mesmo, mesmo, à 25 de Abril?

    :)

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