No Sol de hoje consta que o CDS quer valorizar as suas pequenas conquistas no orçamento de guerra, entre elas ter conseguido manter a isenção dos subsídios de doença, maternidade e desemprego.
A notícia fez-me lembrar uma conversa que ouvi na semana passada, na esplanada do clube de ténis.
- Então, o trabalhinho?
- Vou lá de vez em quando?
- Então?
- Desde que a minha chefe me colocou no escritório de Vila Real que passo a maior parte do tempo de baixa.
- Mas não perdes dinheiro?
- Não, é preciso saber fazer as coisas. Tenho os prazos muito estudadinhos. Primeiro foi uma operação, foram uns meses, trabalhei umas semanas, depois foi assistência a um familiar doente (por acaso estava), voltei à 'Bila', agora é uma baixa psiquiátrica. Com um pequeno atraso na comunicação à segurança social, ainda estica o tempo.
- Mesmo assim...
- Mesmo assim, nada. Poupo o dinheiro dos almoços mais da gasolina e das portagens para fazer a A4 todos os dias, e - o melhor - a baixa está isenta de IRS. Ainda vou baixar de escalão de IRS este ano.
Ficou a faltar, para rematar a cena, a discreta cotovelada e aquele piscar d'olho conivente, do português que descobriu forma de contornar a burocracia.
Sem comentários:
Enviar um comentário