"Para certos republicanos a República tem sido um pé de cabra com que vêem aumentando os seus haveres." Senador João de Freitas, histórico republicano, in Boletim parlamentar do Senado, 11-06-1913
...e depois, com bigodes de leite, pedem mais paciência e esforço ao povo, que a "vaca 'tá seca".
sexta-feira, 10 de junho de 2011
VIVA PORTUGAL
A 12 de Outubro de 1910, um decreto-lei da nascitura república reduziu os feriados nacionais a apenas 5 dias, como deve ser muito laicos e republicanos: 1 de Janeiro (dia da fraternidade universal), 31 de Janeiro (dia dos mártires da república), 5 de Outubro (dia dos heróis da república), 1 de Dezembro (dia da autonomia e da bandeira) e 25 de Dezembro (dia da família). Nada de padrecos e santinhos, nem no natal.
Permitiu esse decreto que cada concelho escolhesse o seu feriado municipal: Lisboa foi buscar a data (provável) da morte de Camões, 10 de Junho. Porquê? Porque 30 anos antes, as comemorações camoneanas foram uma das primeiras manifestações mediáticas dos republicanos.
O dia de Camões deu um jeitaço a Salazar, uma espécie de agit-prop fascista: começou como dia de Camões, acumulou com dia de Portugal e, entre 44 e 74, ainda deu para dia da raça. A partir de 63, porque não?, foi usada para celebrar as forças armadas.
Veio o 25 de Abril, caiu o dia da raça e, em 1978, estabilizou o nome, dia da Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
Digamos que é um feriado muito versátil e bem português, dá-se bem com todos, de Afonso Costa a António Ferro e Mário Soares.
Mesmo numa altura em que a auto-estima está de cama, Viva Portugal.
Viva.
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