Os portugueses sempre foram sensíveis a esse argumento, já ouvimos o mesmo no final do cavaquismo, com aquela adenda "estes já estão se encheram, se vierem outros ainda se vão querer empanturrar". Mas não disse Eça de Queirós que as fraldas e os políticos devem ser mudados de tempos a tempos, pelos mesmos motivos?
As primeiras entrevistas, o debate de ontem com Portas e o discurso de hoje na conferência dos TOC (os outros 4 líderes falaram do seu programa, o PM falou do PSD) mostram que Sócrates vai passar a campanha a disparar contra os outros - o ataque é a melhor defesa - repetindo à exaustão 3 ou 4 motes e não saindo daí: o memorando do FMI-UE é o PEC IV, sem tirar nem pôr; a culpa é da crise financeira e da crise política criada pela oposição com sede de poder; o PSD quer dar cabo do Estado Social. Mentira, mentira, mentira... mas o pior é que pega, a máquina socialista é perigosamente eficaz.
Lembram-se do debate Sócrates-Louçã de 2009, em que o primeiro arrasou com a história que limitar as deduções fiscais era um ataque à classe média? Sócrates acabou por fazê-lo, alegando a justiça fiscal. É assim que ele trabalha, como um vendedor da banha da cobra, defende uma coisa e o seu contrário: se o sapato aperta, vai alargar; se o sapato está largo, com o tempo aperta.
Lembremos, é o mesmo que prometeu 150000 empregos, a isenção nas scut, não aumentar o IVA, não governar com o FMI...
Eu não voto no Passos Coelho, nem concordo com a privatização das águas e da CGD e até acho fantasiosa a proposta de entrada dum funcionário com a saída de 5 (in-vi-á-vel), mas não é nenhum PAPÃO. O que é uma possibilidade nele, ser um mau PM, é uma certeza em Sócrates.
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