...e depois, com bigodes de leite, pedem mais paciência e esforço ao povo, que a "vaca 'tá seca".

quarta-feira, 6 de abril de 2011

FONTE DA JUVENTUDE

Lucas Cranach, A Fonte da Juventude

Ronald DePinho, novaiorquino, vinha todos os anos passar férias a Portugal, até aos seus 13-14 anos, "ver mais castelos do que imaginaava existirem". O que mais lhe metia medo na terra dos seus pais eram as mulheres todas vestidas de preto. Ele e a irmã ficavam tão fascinados com a vida rural dos seus avós, como estes com as suas vidas na América.
Ronald não quis seguir o negócio de cimentos do Sr. Pinho, queria ajudar as pessoas. Licenciou-se em Medicina e dedicou-se à investigação em Harvard. Acorda todos os dias às 4 horas e trabalha outras 4 até sair de casa. A sua leitura de cabeceira são revistas... científicas.

Qual o seu interesse? Com a idade (e a cada divisão duma célula em duas), vai encolhendo o telómero, uma capa protectora existente nas pontas de cada cromossoma; com a idade, vai diminuindo até cessar a produção da telomerase, uma enzima que reconstrói os telómeros. DePinho usou ratos geneticamente modificados (com a enzima desactivada, tornando os animais precocemente envelhecidos) para estudar o envelhecimento. A equipa pretendia, com a administração da telomerase, travar o envelhecimento dos ratinhos mas, surpresa, estes ficaram mais novos, com aumento do tamanho do cérebro, pelagem mais brilhante e outra agilidade.
Ainda há muito a aprender - não se sabe o que acontece em animais não modificados geneticamente, o telómero é maior nos cromossomas de células cancerígenas (o cancro pode ser um efeito secundário) e o oxigénio continua a ser a principal causa do envelhecimento tissular.
Mas o futuro começa sempre com pequenas descobertas. Será que daqui a 30 anos é conquistado o poder divino, o Retrato de Dorian Gray deixará de ser ficção e passará a ser profecia? E será isso bom?

1 comentário:

  1. Telómeros de novo.
    Lá para Dezembro, por 500€, uma empresa espanhola faz um teste genético que mede o tamanho dos telómeros e, assim, estima a nossa idade biológica, a longevidade (potencial) e a velocidade a que envelhecemos.
    A ciência ultrapassa a ficção.

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