Portugal é o País que mais gasta proporcionalmente no euromilhões. Vai daí o governo vai dar-nos a “graça” de termos mais um sorteio por semana - a troco de um imposto pelo devaneio, claro. É como uma Happy Hour numa reunião dos AA.
Tem sido uma saga, uma novela interminável (passe o pleonasmo), a descoberta sincopada de mais um modo de arrecadar receita. E funciona, a receita fiscal subiu 15% em Janeiro, comparando com o mês homólogo.
O que espanta é que as coisas não melhoram. Números frescos, a inflação média foi de 1.7%, em Janeiro foi de 3.6% (valor mais alto desde 2006); os juros da dívida a 10 anos atingiram hoje o recorde desde a entrada no euro, 7.6% ; a despesa corrente primária – apesar do corta-corta-corta! – conseguiu subir em 2010, 400 milhões acima da meta prevista.
Pièce de résistance, o número-tonelada: a dívida pública subiu, desde 2004, de 82.000 para 150.000 milhões de euros. Pim!
E vamos andando: o governo a virar o bolso das calças, a desencantar receitas e cortar mais umas coisas (agora, a 'propina' pública por turma), todos a cada mês mais endividados e taxados, e as empresas pouco lucrativas ‘tadinhas (as grandes não contam, já não são nossas): diz o Expresso que o IRC em 2010 rendeu 4591,5 milhões de euros, apenas 3 vezes mais que o imposto do tabaco, que deu ao Estado quase 1428,7 milhões. A solução está naquela música do Abrunhosa, “o que é que temos que fazer?”, talvez f…umar.
Ou então convencemos o Bono a iniciar uma campanha tipo Give Portugal a Chance. Aceitam-se mecenas.
Desculpem a acrimónia, ainda estou de ressaca desde o último “novo salário”: em Junho aumentou o IRS e respectiva retenção (20€), em Dezembro acabou o abono (22€), agora aumentou a Caixa geral de Aposentações e desceu o salário de funcionário público (67€), é fazer as contas. Não fosse o prejuízo ser quase o dobro (a minha cara-metade teve igual racionamento na receita), o pormenor de haver uma coisa que responde por inflação e as coisas serem mais caras, o gasóleo ter subido 30% nestes 2 anos (mas o petróleo desceu 40%, desde o pico de Julho de 2008) e adivinharem-se mais “medidas” no futuro próximo, que já sabemos o que querem dizer e não são boas notícias – não fosse isso, e eu estaria hoje mais tolerante.
chamem o Bono! ou o Bob Geldof para um 'Portugal Aid'
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