Conheci a crise aos 14 anos, quando passei a fazer férias em S. Martinho. Ia com um grupo misto de comparsas (quem agora permite que a filha de 13 anos vá para o campismo com os amigos, durante 1 semana, habilita-se a uma visita da SS…) e a crise era uma instituição. Aliás, conseguíamos viver durante uma férias inteiras à custa da crise.
Eu e a maralha tínhamos a mesma rotina diária: dormir de manhã, enquanto o calor fosse suportável na tenda, praia, rolar pelo monte de Salir, banho ao fim da tarde e a romaria à Rua dos Cafés, para cervejas (0.25€) e partilharmos a crise – e que boa era a crise. Essa rua enchia de gente à procura da crise, para experimentar ou repetir – gente apinhada em pé, à espera que chegasse a vez de ter a sua crise.
Voltei a S. Martinho crescido, sempre com as mesmas saudades da crise. E constatei que a crise, que conheci antes da entrada na CEE, era menos austera – agora podia levar salsicha. Para quem não sabe – porque nunca foi a S. Martinho –, uma crise é um prato de batatas com um ovo estrelado.
Voltei a S. Martinho crescido, sempre com as mesmas saudades da crise. E constatei que a crise, que conheci antes da entrada na CEE, era menos austera – agora podia levar salsicha. Para quem não sabe – porque nunca foi a S. Martinho –, uma crise é um prato de batatas com um ovo estrelado.
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