Há muitas razões para se participar na greve geral de 24/11, e muitas explicações para não o fazer.
Uma amiga esclareceu “fiz todas as greves dos professores no ano passado, e a maralha depois foi votar no Sócrates, quando ele voltou a ganhar prometi não fazer mais greves”. Tá certa.
Um colega respondeu “não vou deixar que o governo me retire mais um bocado do meu salário, já chega”. Há até um lado positivo, os grevistas do Estado vão ajudar a controlar o défice, são milhões de euros que o governo vai poupar por não pagar o dia aos grevistas – é uma espécie de reedição ao contrário daquele dia que o Vasco Gonçalves instituiu em 1975, em que todos os portugueses trabalhariam de graça em prol do país. E ainda vai tudo aproveitar para fazer compras pró Natal, põe a economia a carburar.
Uma operária justificou-se com um “não ganho o suficiente para prescindir dum dia de salário” e uma colega minha explicou “a greve não serve para nada, fica tudo na mesma”.
Terão todos a sua razão.
Mas conhecem a expressão “cala e não bufa”? O povo paga a crise, mas ou come-e-cala, ou reclama do preço. A greve é isso, é a alternativa mais ruidosa – das não violentas – para bufarmos.
... enquanto isso, o Estado é zeloso:
. A administradora da Fundação Guimarães Cidade Europeia da Cultura (onde o trabalho é intenso e altamente qualificado, presumo) resolveu reduzir o salário em 30%... para 10000 euros mensais.
. Um assessor dum ministério acumula o salário principesco com o subsídio de desemprego recebido por atacado para fundar uma empresa que não iniciou actividade.
. A assessora de imprensa da ministra da saúde ganha mais que a ministra, vários milhares de euros mensais.
. O PS votou uma alínea do orçamento que isenta da redução salarial o sector empresarial do Estado, dadas as suas especificidades…
Uma amiga esclareceu “fiz todas as greves dos professores no ano passado, e a maralha depois foi votar no Sócrates, quando ele voltou a ganhar prometi não fazer mais greves”. Tá certa.
Um colega respondeu “não vou deixar que o governo me retire mais um bocado do meu salário, já chega”. Há até um lado positivo, os grevistas do Estado vão ajudar a controlar o défice, são milhões de euros que o governo vai poupar por não pagar o dia aos grevistas – é uma espécie de reedição ao contrário daquele dia que o Vasco Gonçalves instituiu em 1975, em que todos os portugueses trabalhariam de graça em prol do país. E ainda vai tudo aproveitar para fazer compras pró Natal, põe a economia a carburar.
Uma operária justificou-se com um “não ganho o suficiente para prescindir dum dia de salário” e uma colega minha explicou “a greve não serve para nada, fica tudo na mesma”.
Terão todos a sua razão.
Mas conhecem a expressão “cala e não bufa”? O povo paga a crise, mas ou come-e-cala, ou reclama do preço. A greve é isso, é a alternativa mais ruidosa – das não violentas – para bufarmos.
... enquanto isso, o Estado é zeloso:
. A administradora da Fundação Guimarães Cidade Europeia da Cultura (onde o trabalho é intenso e altamente qualificado, presumo) resolveu reduzir o salário em 30%... para 10000 euros mensais.
. Um assessor dum ministério acumula o salário principesco com o subsídio de desemprego recebido por atacado para fundar uma empresa que não iniciou actividade.
. A assessora de imprensa da ministra da saúde ganha mais que a ministra, vários milhares de euros mensais.
. O PS votou uma alínea do orçamento que isenta da redução salarial o sector empresarial do Estado, dadas as suas especificidades…
. 5 milhões de equipamento de segurança chegam depois da cimeira da nato, a razão da sua compra.
. Parece que somos fiadores da Irlanda, se ela não pagar o empréstimo de 1500M€, a gente paga ahahaha.
. A pièce de résistance, Timor – um dos países mais pobres do mundo, a quem Portugal ajuda há anos – pondera investir parte do seu fundo petrolífero na nossa dívida pública. Amor com amor se paga. Não têm vergonha?
. Parece que somos fiadores da Irlanda, se ela não pagar o empréstimo de 1500M€, a gente paga ahahaha.
. A pièce de résistance, Timor – um dos países mais pobres do mundo, a quem Portugal ajuda há anos – pondera investir parte do seu fundo petrolífero na nossa dívida pública. Amor com amor se paga. Não têm vergonha?