E TODOS TÊM RAZÃO.
O governo decidiu aplicar novas regras nas pensões sociais (leia-se cortes), numa tentativa de "racionalização da atribuição de prestações sociais e da criação de condições para que estas sejam socialmente mais justas e equitativas" (como diz o DL 78/2010 de hoje, sobre o subsídio de desemprego), com o que conta poupar 150M€ por ano.
Primeira questão: se lá está há 5 anos, e basta fazer a conta, significa que gastou 750M€ onde não devia?
Como alertou o presidente, a austeridade traz o risco de fractura social. Isso significa a hostilidade entre quem trabalha ou desconta e quem recebe.
O forum da TSF é um óptimo observatório social: no meio de muita barbaridade e ignorância, aparece o pulsar do país. E quando o tema são subsídios, há algazarra.
Numa altura em que os bolsos estão cada vez mais leves, o povo indigna-se com situações - que todos conhecem - de gente que prefere estar no desemprego (por vezes falso) ou receber o RSI (mais habitação social, livros escolares, abonos, alimentação, isenções na farmácia ou no hospital, ...) a procurar emprego, e que acham que trabalhar numa vinha... dá trabalho. Gente essa com carro, plasma e playstation.
Num desses programas, um enfermeiro com duplo emprego dizia que visitara uma pessoa com SRI que tinha TVcabo, e perguntava se o erário público servia para ajudar quem precisa ou para pagar "extras".
Conheço uma dessas pessoas que se indignam, funcionário camarário que apanha lixo das 9 da noite às 3 da manhã e trabalha das 6 às 13 numa fábrica, tudo por uns 700€. Vou chamar-lhe reaccionário, porque acha mal o vizinho com 4 filhos ganhar o mesmo, ficando em casa (oferecida)?
Mas há o outro lado. Alfredo Bruto da Costa (presidente da Comissão nacional Justiça e Paz, ex-ministro dos assuntos Sociais de Pintassilgo em 79) pôs o dedo na ferida:
"É inexplicável que a área que visa beneficiar os mais pobres também seja atingida com as medidas de austeridade. Fico muito inquieto quando vejo pessoas mais preocupadas com as fraudes dos pobres do que com a pobreza."
O governo decidiu aplicar novas regras nas pensões sociais (leia-se cortes), numa tentativa de "racionalização da atribuição de prestações sociais e da criação de condições para que estas sejam socialmente mais justas e equitativas" (como diz o DL 78/2010 de hoje, sobre o subsídio de desemprego), com o que conta poupar 150M€ por ano.
Primeira questão: se lá está há 5 anos, e basta fazer a conta, significa que gastou 750M€ onde não devia?
Como alertou o presidente, a austeridade traz o risco de fractura social. Isso significa a hostilidade entre quem trabalha ou desconta e quem recebe.
O forum da TSF é um óptimo observatório social: no meio de muita barbaridade e ignorância, aparece o pulsar do país. E quando o tema são subsídios, há algazarra.
Numa altura em que os bolsos estão cada vez mais leves, o povo indigna-se com situações - que todos conhecem - de gente que prefere estar no desemprego (por vezes falso) ou receber o RSI (mais habitação social, livros escolares, abonos, alimentação, isenções na farmácia ou no hospital, ...) a procurar emprego, e que acham que trabalhar numa vinha... dá trabalho. Gente essa com carro, plasma e playstation.
Num desses programas, um enfermeiro com duplo emprego dizia que visitara uma pessoa com SRI que tinha TVcabo, e perguntava se o erário público servia para ajudar quem precisa ou para pagar "extras".
Conheço uma dessas pessoas que se indignam, funcionário camarário que apanha lixo das 9 da noite às 3 da manhã e trabalha das 6 às 13 numa fábrica, tudo por uns 700€. Vou chamar-lhe reaccionário, porque acha mal o vizinho com 4 filhos ganhar o mesmo, ficando em casa (oferecida)?
Mas há o outro lado. Alfredo Bruto da Costa (presidente da Comissão nacional Justiça e Paz, ex-ministro dos assuntos Sociais de Pintassilgo em 79) pôs o dedo na ferida:
"É inexplicável que a área que visa beneficiar os mais pobres também seja atingida com as medidas de austeridade. Fico muito inquieto quando vejo pessoas mais preocupadas com as fraudes dos pobres do que com a pobreza."
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