sábado, 13 de outubro de 2018

THE BOLSONARO EFFECT


Receita para um Trump tropical: barra-se a forma com ódio a Lula, envolve-se o sindicato de votos teológico de Emir Macedo com anabolizantes, junta-se uma pitada de soluções instantâneas para problemas complicados, coroe-se com uma cartucheira e leve-se às redes sociais. Já está.

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

OLHÁ CASA FRESQUINHA!!!



Andei a dar uma volta na praça das casas recentes (sub10), renovadas, reabilitadas e no papel, e aprendi alguns termos:
Gentrificação: escrevem os jornais que as casas em Lisboa e Porto aumentaram 20% num ano, e que já há gente a alugar quartos porque não consegue alugar casas; dizem que o fenómeno tem esse nome, e não é de hoje, consta que já Marx falava dele em 1867, quando descrevia que a melhoria das cidades, acompanhando o aumento da riqueza, expulsa os pobres para os subúrbios. Pelas ‘guelras’ que escrutinei, e o que posso dizer é que não se trata duma regeneração ou airbnbização urbana que entala só os pobres (aliás, a alguns saiu a sorte grande, com uma casinha que a fortuna bem localizou), mas também uma família de 3 da classe média, e não só nas zonas mais in. De facto, todo o Porto – tirando, por ora, o razoável Bonfim – está febril, tal como a baixa de Matosinhos (dados os preços, fica melhor chamar-lhe downtown).
Cedência de posição: numa das imobiliárias, o cavalheiro leu mal a tabela, a casa já tinha subido 15M€ desde o penúltimo excel, um processo geométrico enquanto as frações vão sendo vendidas, nem sempre a quem as pense usar – faz lembrar o mercado dos futuros das bolsas, onde não se vendem as laranjas, mas as colheitas do ano seguinte, as pessoas não compram casas, reservam uns 3D para vendê-los antes da água ser ligada. Já vos aconteceu vaguear de tabuleiro na mão pelo shopping, porque as mesas estão todas ocupadas por gente a guardar lugar? É a mesma coisa, só que esse pessoal até acaba por comer…
Open space: casas recentes não têm cozinha, mas uma espécie de saia-casaco XXS, com uma kitchenette na sala, a que os vendedores preferem chamar espaço aberto, mas em estrangeiro, que parece melhor; ah, e basta que a única casa de banho tenha acesso pelo quarto de 10 m2, para pomposamente lhe chamar suite.
Pechincha: um T0 ou T1 de 125M€ e 34 m2, onde dá para escolher a decoração do quarto (quantas vezes interior), a cama ou o roupeiro. Não é que falte oferta, há ruas em que há tabuletas dos alvarás de reabilitação porta-sim, porta-não (não há de escapar prédio com azulejos na fachada e varandas de ferro forjado), e não faltam plantas de prédios a inaugurar daqui a 2 anos, mas a procura parece acompanhar a parada, e o pouco que há em Lilliput para aluguer permanente não demora na banca, por 550€ and rising. Conclusão, se o miúdo quiser ter o seu quarto, bem-vindo a Gondomar!     
Saí do mercado de mãos a abanar, mas satisfeito, descobri que tenho uma casa enorme. E com cozinha. E até despensa, esse luxo.

quarta-feira, 4 de julho de 2018

AQUI QUE NINGUÉM NOS OUVE

Da última vez que verifiquei, a violação do correio era exclusiva de ditaduras.

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São todos uns alcoviteiros 😁


quarta-feira, 25 de abril de 2018

domingo, 18 de fevereiro de 2018

JEITO PARA O NEGÓCIO

Gérard Castello Lopes, BESart 

Há uns anitos, entre os despojos do BPN, cujo buraco pagámos todos, o Estado ficou com uma coleção de quadros de Miró, e o governo só não a vendeu porque houve um levantamento de rancho. Eu também era contra a venda, até ver os quadros ao vivo - a maioria parece ter sido pintada no fim de vida do pintor, ou no início,  tipo aos 4 anos...
Depois veio o BES: o Estado entrou com uns milhares de milhões e suplicou a um fundo americano que ficasse com 75% da parte boa (?) do Banco, prometendo injetar mais dinheiro se fosse preciso - vai ser agora,  porque a tal parte boa teve um prejuízo recorde em 2017.
O que tem uma coisa a ver com a outra?
O Novo Banco herdou as coleções do BES: 97 pinturas (desde o século xvi), uma coleção de livros antigos (desde o século xvi), 1100 fotografias de 280 artistas (um dos melhores conjuntos empresariais do mundo, bem mais interessante que os rabiscos do catalão) e 13000 moedas, algumas anteriores à fundação (valor estimado, 25M).
O engraçado é que pagamos o prejuízo, mas não ficamos com nada disso: há 2 semanas, o NB assinou um protocolo com o Estado a emprestar os quadros. Repito, emprestar.
Ao pessoal que nos governa que se pela por nacionalizações, sugiro que comece por aqui, até já está pago.