domingo, 18 de fevereiro de 2018

JEITO PARA O NEGÓCIO

Gérard Castello Lopes, BESart 

Há uns anitos, entre os despojos do BPN, cujo buraco pagámos todos, o Estado ficou com uma coleção de quadros de Miró, e o governo só não a vendeu porque houve um levantamento de rancho. Eu também era contra a venda, até ver os quadros ao vivo - a maioria parece ter sido pintada no fim de vida do pintor, ou no início,  tipo aos 4 anos...
Depois veio o BES: o Estado entrou com uns milhares de milhões e suplicou a um fundo americano que ficasse com 75% da parte boa (?) do Banco, prometendo injetar mais dinheiro se fosse preciso - vai ser agora,  porque a tal parte boa teve um prejuízo recorde em 2017.
O que tem uma coisa a ver com a outra?
O Novo Banco herdou as coleções do BES: 97 pinturas (desde o século xvi), uma coleção de livros antigos (desde o século xvi), 1100 fotografias de 280 artistas (um dos melhores conjuntos empresariais do mundo, bem mais interessante que os rabiscos do catalão) e 13000 moedas, algumas anteriores à fundação (valor estimado, 25M).
O engraçado é que pagamos o prejuízo, mas não ficamos com nada disso: há 2 semanas, o NB assinou um protocolo com o Estado a emprestar os quadros. Repito, emprestar.
Ao pessoal que nos governa que se pela por nacionalizações, sugiro que comece por aqui, até já está pago.

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