quarta-feira, 15 de julho de 2015

LINHAS VERMELHAS E POSIÇÕES IRREVOGÁVEIS


'Não gosto nada, mas foi o que se arranjou para evitar um desastre', foi mais ou menos o que disse agora Tsipras, o que parecia tão 'irrevogável' até ao referendo cujo resultado* não serviu de nada (é uma espécie-de-democracia).
A banda esquerda fartou-se de gozar com Paulo Portas (que disse uma coisa semelhante sobre o nosso resgate e também não usava a palavra troika, como se o vinagre fosse mais tragável chamando-lhe gelatina de ananás), por causa das suas linhas vermelhas, e agora vai por aqui um silêncio sepulcral...
Tão bem-feito!, diria, não fosse haver um povo a penar com a lírica bravata do Syriza (e, convenhamos, é pouco sensato apelidar a outra parte da negociação, a quem deve e tem que continuar a pedir ajuda, de criminosos e chantagistas).
Já agora, o Syriza aprovava este acordo 'das lentilhas' no parlamento, se estivesse na oposição e fosse a ND a negociá-lo? Pois, é mais fácil dizer mal dos outros do que meter a mão na massa, mas depois a esquerda imaculada chega ao governo e tem que ceder ao pragmatismo (um palavrão!, pensa ela), ou como dizem os gregos, realismós.

* eu tenho a ideia estapafúrdia que, bem lá no fundinho, Tsipras achava que  vitória do Sim até lhe dava algum jeito para sair do beco onde estava.

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