quarta-feira, 20 de novembro de 2013

PUÂÂÂRTO (VIII) - RUA DE S. BENTO DA VITÓRIA ABAIXO

A cadeia da Relação (centro português da fotografia) tem como limite oriental a estreita Rua de S. Bento da Vitória, um troço cheio de história, não fosse aí o coração do gueto judaico (desde 1386, quando João I mandou concentrar os judeus num canto cercado do burgo, no morro do olival, até à expulsão dos que não aceitaram a conversão, em 1496).
Lá encontramos o Porto íntimo, a igreja do mosteiro beneditino (no local da antiga sinagoga, e que serviu de quartel e hospital militar, por franceses e portugueses, durante as invasões napoleónicas) e casas couraçadas de azulejo - povo, clero e burguesia num amplexo.
O melhor está ao fundo da rua: não o edifício decrépito, com os vidros partidos, o estuque 'desistente', meias na corda e uma tabuleta informando que o quintal é privado, mas o acesso permitido; não o terreiro picotado de lixo (onde os liberais instalaram uma bateria defensiva, virada para Gaia); mas a soberba vista sobre o rio. O escritor Richard Zimler crismou o local como o mais bonito miradouro (aqui, no sentido literal) da cidade do Porto, tendo reclamado com a câmara, sem sucesso, para lhe devolver a dignidade que merece, e que o turismo justifica.
 
 




 
Foto de George Tait, 1888

sábado, 16 de novembro de 2013

UM REGIME MADURO


Existem uns cogumelos fantásticos em Caracas.
Nicolás Maduro viu Hugo Chávez no metro (o falecido já havia encarnado num passarinho e falado com ele), criou o vice-ministério da suprema felicidade social, decretou o Natal a 1 de novembro, e ordenou o saque de lojas, perdão, a venda de electrodomésticos a 'preços justos'.
Ontem, o parlamento venezuelano concedeu-lhe, por 1 ano, o direito a legislar por decreto. 'Pera aí, isso é a definição de ditadura, não é?

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

JAVIER PÉREZ

Barroco, 1996 (intestinos de bovino, 145x129x105cm)

En puntas

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

STRIKE BACK


A greve é um direito, e exercê-lo ou não é uma decisão pessoal e intransmissível, tomada sem ânimo leve e sempre isenta de censura. Já as opiniões têm o seu interesse sociológico.
Fui a 2 escolas e esperei que elas abrissem, até levar os miúdos para o ATL. Ali encontrei outro pai a 'descarregar' o seu par de petizes, possesso: 'Já devia estar na Maia, e ainda aqui estou. Direitos, há todos, mas deveres são poucos!', rematou enxofrado. Tá bem, greve atrapalha, os funcionários públicos repetem-nas (com prejuízo, pois perdem o salário, há que sublinhar) e existe uma fractura entre eles e os trabalhadores privados, que lhes têm pouca estima. Mas, pormenor, o desabafo vem duma pessoa casada com uma enfermeira, e já se sabe como as greves são bem sucedidas nos hospitais.
Depois, as justificações: uma administrativa disse-me que até fazia greve, se todos fizessem - o argumento não é destituído de qualquer sentido, mas, se todos pensarem assim, ninguém falta.
Outro senhor explicou que não faltara porque 'não serve de nada' (até aí, tudo bem), 'e se der algum resultado positivo, serve a todos' (temos parasita).   
Um apontamento final para elogiar dois slogans, dignos de marketeer, 'Achas que já está bom para fazeres greve, ou vais esperar mais um bocadinho?' e 'Quem não para consente'.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

PIADAS SULFÚRICAS


 
Um pedinte com a tua cara é eficiência