segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

EFÉMERO OU REPETITIVO?


Tenho embrulhados em cartolina canelada os jornais (Diário de Notícias) dos dias em que os meus filhos nasceram. Resolvi repetir a 'piada' agora que nasceu o filho duns amigos.
Ia comprar outro diário, desta vez o Público, mas fui desaconselhado por uma eleitora do PSD desiludida - 'Queres dar a fronha do Passos Coelho?' Daí ter escolhido o Expresso, um semanário com notícias menos frescas, mas muito mais opinião.
No pequeno cartão, ficou "Pode ser que, em 2063, abras este envelope e aches graça às notícias deste dia, ou porque serão 'arqueologia', outra porque parecerão ironicamente actuais".
Foi com essa dúvida que li o jornal, o que se tornou um exercício curioso - que aconselho -, imaginar como será folheá-lo daqui a 50 anos.
Provavelmente, quase tudo o que enche as páginas e a pena dos cronistas, nessa altura, não interessará nem ao menino Jesus. Provavelmente, o petiz (já cinquentão) achará que a política pouco mudou, da mesma forma que o Portugal decadente de Eça parece incrivelmente actual. Provavelmente, os telemóveis publicitados serão uma anedota, comparados com os dessa altura, espessos como acetato e que só não descascam batatas.
E a curiosidade! Será que, quando o papel amarelecido for novamente manuseado (partindo do princípio que sobrevive até lá, e alguém lhe pega), o FMI não voltou mais vezes? Será que a alternância continua a ser entre o PSD e o PS, e alguém sabe quem foi o Cavaco? Será que dão certo as prospecções que o ministro da economia celebra e seremos produtores de ouro, gás e petróleo? Será que as vitórias do Sporting serão tão longínquas quanto são hoje as do Belenenses?


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