quarta-feira, 29 de junho de 2011

A MINHA VIDA NÃO É ISTO (parte 4)


Tenho um amigo que tem um conceito apurado de probidade, no geral. Como eu, critica o desgoverno do país, os abusos do RSI, o enriquecimento de quem parte e reparte, os favores e os robalos.
Como milhares que ponderam emigrar deste país sem futuro, contou-me há dias que vai à Suíça tentar arranjar emprego, onde (diz) o salário mínimo é de 1500€. E correu assim o diálogo:
- E ainda pagam mais 300 ou 400€ para quem tiver filhos.
- Mas levas o teu miúdo?
- Não, mas eles não sabem.
- Ouve lá, isso não uma chico-espertice? Vai daqui o tuga e engendra logo esquemas.
- Para eles não é nada, e estamos a falar dum país que prosperou a guardar dinheiro roubado por ditadores, é o ouro judeu, é a conta-poupança de Mogabe. Não tenho pena deles.

Havia muito a dizer sobre a lusa alma, ou sobre as justificações-barra-desculpas que desencantamos, mas eu pensei, pensei, pensei e, como o professor baltazar, tive uma ideia:
As pessoas de quem gostamos não têm defeitos,
têm idiossincrasias.
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