segunda-feira, 25 de abril de 2011

25 DE ABRIL SEMPRE

"Não teria feito o 25 de Abril se pensasse que íamos cair na situação em que estamos actualmente. Teria pedido a demissão de oficial do Exército e, se calhar, como muitos jovens têm feito actualmente, tinha ido para o estrangeiro."
"Falta-nos quem saiba orientar o povo com honestidade, generosidade, com espírito de missão. Salazar foi uma pena, porque era um crânio em economia e finanças, podia ter feito maravilhas pelo povo, mas era um tipo de miopia política. Precisávamos de um homem com a inteligência e a honestidade do ponto de vista do Salazar, mas que não tivesse a perspectiva que impôs, de um fascismo à italiana. Isso é que não.
Otelo

Maus tempos para celebrar o 25 do 4. São tempos em que se batem recordes, mas do desemprego, do défice, da dívida. Isso, são tempos da dívida e da dúvida, sobre o futuro.
Não que eu concorde com Jerónimo, quando diz que Abril está adiado. O Abril dele foi adiado ad aeternum, e bem: perdeu o 24/4 do Caetano e do Kaúlza, perderam os 25/4 do PC, da extrema-esquerda, do Otelo e do Spínola. Ganhou o 25/4 da democracia ocidental: cada pessoa, cada voto.
Mas as datas servem para balanços - como cantava Zeca, "o que eu andei para aqui chegar..."
E o que temos, findos 37 anos, é muito, as estatísticas são inequívocas - pode é não ser o que esperava nessa altura, mas foi o que o povo escolheu: os governos, os jipes "europeus", as férias do BPI, os telemóveis descartáveis.

                                        1977
                       
                                    




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