sexta-feira, 11 de março de 2011

TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO


Sinais dos tempos, o presidente do conselho europeu anunciou há horas no twitter que existe um acordo de princípios sobre um pacto de crescimento (vulgo austeridade), e o PR mandou dizer que soube pelos jornais do novo pacote de austeridade, um PEC4 que o governo decidiu. Sócrates apenas ligou previamente a Passos Coelho, porque precisa do seu apoio, mas nem um sms a Cavaco. Este escreveu na sua página do facebook que o caminho é árduo.
Já se sabia que Sócrates tinha que levar uma surpresa a Bruxelas, para negociar ajudas financeiras, embora diga e repita que o país não precisa de ajuda* - adivinhem, outro pacote de austeridade, mais um que (agora sim) é definitivo e suficiente para as contas entrarem no eixo. 
A União classificou as medidas de "corajosas e boas" que permitem atingir o défice previsto.
São boas... corte nas deduções e benefícios fiscais (i.e. mais IRS), congelamento durante 3 anos das pensões e cortes nas superiores a 1500€, subida dos impostos especiais de consumo, corte no gasto em medicamentos, apoios sociais e abonos de familia, alterações na atribuição do subsídio de desemprego, entre outros. Mais umas medidas que haviam caído no acordo no PEC3 (registado num fotografia do telemóvel de Catroga), como o aumento de IVA em alguns produtos, e outra que ainda estava em discussão na consertação social - a redução da indemnização por despedimento, de 30 para 10 dias/ano, não só para futuros contratos, como para os actuais. Isto num governo que diz defender o Estado Social, contra as investidas do PSD...

Premonição, mais umas centenas se juntarão à manifestação inorgânica de amanhã, organizada no facebook: o gatilho é a precariedade no emprego jovem (uma quase inevitabilidade, acho) mas, pela minha amostragem, cada pessoa tem um cardápio de razões diferentes para aparecer - o único denominador comum é a indignação. Presumo que não tenha outro resultado, que não um sonoro assobio ao caminho traçado.
Certo é que o pipo da panela de pressão já está a assobiar alto, só isso explica que uma "canção" dos homens da luta vá à eurovisão, apregoar a revolução na nossa patrocinadora Alemanha...

* a desvantagem em recorrer ao FEEF é a perda de credibilidade, a perda de prestígio (diz o PM) ou, a melhor de todas, custos reputacionais, palavras de Durão. Tesos, mas honrados.   

1 comentário:

  1. como se esperava, a manif contra a precariedade juntou todos as idades, todos os motivos (reformas sem penalizações, deitar abaixo o governo, desemprego jovem e/ou qualificado, falsos recibos verdes) e áreas políticas: no mesmo cortejo iam Garcia Pereira e o sobrinho-neto do cardeal cerejeira, com um hitler na t-shirt e preconizando uma acção armada.....

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