"Para certos republicanos a República tem sido um pé de cabra com que vêem aumentando os seus haveres." Senador João de Freitas, histórico republicano, in Boletim parlamentar do Senado, 11-06-1913
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sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
CULTURA POPULAR
O Galo de Barcelos é o nosso avançado centro, um pilar da nação. Um pilar kitsch, mas pilar. Kitsch, enquanto “arte autêntica e verdadeira, que favorece o elemento decorativo e multi-color, a não-funcionalidade e a trivialidade, apelando ao sentimentalismo”, não como símbolo excessivo e de gosto duvidoso (para quem?) da pretensão de classes emergentes pouco aculturadas, pois não há nada de pretensioso num galo de Barcelos. Eu cá tenho um dentro do armário.
Todos conhecem o bípede, mas e a razão da sua existência?
A lenda do Galo de Barcelos narra a intervenção milagrosa dum galo morto na prova da inocência de um homem.
Reza assim : os habitantes de Barcelos estavam assustados com um crime. Um dia, prenderam um suspeito galego, a caminho de Compostela, que clamava inocência. Condenado à forca, o homem pediu que o levassem à presença do juiz, sendo levado a casa do magistrado, que nesse momento se banqueteava com alguns amigos. O galego voltou a afirmar a sua inocência e, perante a incredulidade dos presentes, apontou para um galo assado que estava sobre a mesa e exclamou: "É tão certo eu estar inocente, como certo é esse galo cantar quando me enforcarem." O juiz não revogou a sentença, mas não tocou no galo e, quando o peregrino estava a ser enforcado, o dito galo assado ergueu-se na mesa e cantou. Compreendendo o seu erro, o juiz correu para a forca e descobriu que o galego se salvara graças a um nó mal feito.
Há variações que metem um(a) estalajadeiro(a) a denunciar o galego para ficar-lhe com a rica trouxa, uma peça de prata dum rico proprietário, o cesto com o galo cozinhado na sala do tribunal, dois galegos e a frase atribuída ao Juiz “para declarar o seu filho inocente era preciso que este galo se levantasse e cantasse 3 vezes”, Santiago salvando o condenado.
Tudo por causa dum cruzeiro seiscentista com um galo (associado à negação de S. Pedro) e um condenado suspenso da forca por Santiago. Inventam cada coisa…
Eu tenho um Galo de Barcelos.
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