terça-feira, 3 de novembro de 2009

2/2. A ÚLTIMA SINFONIA

Irmã do consumo e da poluição é a SANGRIA DE RECURSOS, cada vez mais acelerada. Eis os números:
A terra tem 4000 milhões de anos (um longo adágio), o homem apareceu há 180 mil anos (andante), há 9 mil anos assentou e dedicou-se à agricultura (e à domesticação de outras espécies), a primeira cidade apareceu há 6 mil anos (allegro).
A população triplicou nos últimos 60 anos, a globalização cresceu 20 vezes nos últimos 50, e atingimos excedentes agrícolas: a comida deita-se fora, para cumprir quotas (assegurando o preço) e agora até serve para combustível. E a água, é sorvida na exploração agropecuária moderna: 4 litros para 1 quilo de batatas, 100 para 1 quilo de arroz, 13000 para 1 quilo de carne. Um pneu resulta de 83 litros de petróleo, por cada barril de petróleo encontrado, gastam-se 3 (maior consumidor, forças armadas americanas…). E há minérios que, estima-se, desaparecerão em 20 anos, à pala da China.
Chegámos, numa geração, a um tempo de ABUNDÂNCIA E VORACIDADE (prestissimo).

Claro que esta conversa se aplica apenas a parte do mundo, a maior parte da população nunca cheirou a abundância: apenas 3 em cada 100 agricultores já usaram um tractor, e só 2/10 das pessoas detêm 8/10 da riqueza mundial.
Assim escreveu Edward Docx, metade do mundo está a gritar por água e liberdade, enquanto a outra metade está a pedir cocktails e a reclamar do serviço.

1 comentário:

  1. Só um novo caos, arrasador e magnânimo, poderá restituir o futuro a este planeta. Arrisco afirmar que a continuar assim não haverá Terra para o Homem. A extinção será inevitável. E passaremos a mais um astro vazio e inerte onde algures na curva do tempo, alguém se perguntará se ali já terá havido...vida!!!

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