terça-feira, 27 de outubro de 2009

UM TIRO NO PORTA-AVIÕES

Apesar da mãezinha achar que devia ter ido à tropa para ganhar corpo, este civilista não deu pela falta, pelo contrário: depois do curso, achava uma parvoíce passar 4 meses a correr com botas recicladas, fazer flexões e levar raspanetes dum bronco qualquer por causa de lençóis mal amanhados.

Marinha, ainda vá, para manter a malandragem ao largo, mas já trocava submarinos por outra coisa mais importante (o que é que a sua ausência evitou?). Quanto à força aérea e exército, servem para resgates no alto mar e combate a catástrofes naturais, mas não estou convencido da sua imprescindibilidade, em 2010. É assunto que não estou habilitado a discutir, mas é um dilema interessante: vale a pena termos Forças Armadas?
Aproveitei a visita a um “sô Major” e pus-lhe essas dúvidas, de forma distendida, e ele apresentou alguns argumentos não corporativos.
Um dos conceitos de soberania nacional é a possibilidade de declarar guerra.
A quem?, perguntei. Mais, Portugal está na União Europeia e não tem qualquer ameaça militar, se não houvesse tropa quem nos queria invadir?
A cooperação em forças internacionais coloca Portugal na fila da frente dos fora mundiais.
De que modo é que isso contribui para o bem estar da maralha, qual é o resultado?, interroguei. A Islândia não tem FA, a Suécia não faz parte da NATO, e depois?
O povo indigna-se com o custo dos equipamentos, se calhar com razão, pois é tudo na ordem dos “milhões”. Mas o país tem que resolver o que quer: se não quer tropa, tudo bem!; se quiser, tem que suportar a actualização dos meios. Ou se decide que não se participa em forças internacionais, e assume-se um eventual preço com o apagamento no concerto das nações, ou não pode manter o material obsoleto.
Exemplo, tragicomédia em 2 actos: Treino em Itália de preparação para Iraque, os outros países com farda creme para o deserto, os Nossos eram os únicos vestidos de verde. À portuguesa, desenrascaram-se, disseram que era um material novo, com o calor clareava!!! Entrada em Bagdad, os outros em viaturas blindadas, os bravos lusos dão o peito às balas dos snipers, em jipes com tecto de lona…
Aí, não pude contestar.
Mas dá que pensar.

1 comentário:

  1. A minha opinião sobre a NATO é clara: não devemos lá estar e as razões são óbvias e não cabem num comentário.

    Sobre a Tropa, inclino-me mais para a desmilitarização de Portugal. Provavelmente estaríamos mais seguros, mas tb este é um assunto que não cabe num comentário.

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