sábado, 24 de outubro de 2009

Ele NÃO roubou a manta

"No final do julgamento por calúnia, o juiz obrigou o réu a escrever os comentários que fizera, rasgar o papel em bocadinhos e espalhá-los no caminho para casa. No dia seguinte, o Juiz sentenciou-o a apanhar todos os pedaços de papel. - Não posso fazer isso, meritíssimo, o vento deve tê-los espalhados por tudo quanto é lugar e já não sei onde estão!, ao que o juiz respondeu: - Da mesma forma, um simples comentário que pode destruir a honra de um homem, espalha-se a ponto de não podermos consertar o mal causado."

Há mais de 15 anos, o Independente prestava um serviço público ao manter a vigilância sobre o poder absoluto do Cavaquismo. Quase todas as sextas-feiras, era apanhado mais um governante com esqueletos no armário. Ficou conhecida a história do Deus Pinheiro, que teria chegado ao desplante de roubar uma manta num avião da TAP. O que poucos souberam é que, vários anos depois, o jornal foi condenado, porque a notícia era falsa.
Não peroremos sobre Deus Pinheiro, mas já Shakespeare escrevia "Mesmo sendo puro quanto a neve, não escaparás à calúnia".

Vem isto a propósito dum comentário a um post do Pedro, em que um anónimo o acusa de desviar dinheiro do CCC e acaba num tom de ameaça tipo-jagunço, “poderão avivar-se memórias na minha cabeça a seu respeito e de alguns que o rodeiam”. Outra leitora alude a rumores sobre o mesmo assunto, que ouviu e leu - provavelmente num panfleto anónimo (ou nem tanto) distribuído durante a campanha, por quem queria ganhar com a sua descredibilização.

O problema é que “a calúnia não exige provas” (William Haslitt), que não existem neste caso. Pois, em vez de “onde há fumo, há fogo”, eu diria “onde só há fumo, há caluniador”. Por causa desse panfleto canalha, tal como Kennedy se disse berlinense junto ao Muro, eu digo hoje (só mesmo hoje, cruzes), eu sou um bloquista.

P.S.: Este blogue serve para divertir, trocar ideias e fazer contraditório, mas de forma inócua, sem ataques pessoais e boataria.

2 comentários:

  1. Luís, manifesto o meu total apoio, tanto às tuas palavras, como ao Pedro Mendonça.
    Eu hoje sou bloquista!

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  2. Ops!
    Perdi o dia de ser bloquista.

    Caros amigos, eu hoje sou Mendoncista.

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