domingo, 19 de abril de 2015

UM CIGARRO E UMA SANGRIA, NÃO SABES O BEM QUE TE FAZIA

 
Damião de Góis testemunhou acerca das virtudes curativas do tabaco, na Crónica do Felicíssimo Rei D. Manuel (1566-1567), 'de cuja virtude poderia aqui por coisas milagrosas de que eu vi a experiência, principalmente em casos desesperados, de apostemas, úlceras, fístulas, caranguejas, pólipos, frenesins e outros muitos casos'.
O médico Zacuto Lusitano, em obra póstuma de 1657, entendeu que o tabaco curava casos de alopécia e de epilepsia. António Cruz, cirurgião do Hospital Real de Todos os Santos, Morato Roma, frei Manuel de Azevedo e João Curvo Semedo defenderam o seu uso para curar maleitas desde feridas, chagas e mordeduras a 'acidentes uterinos'. Pelo menos a partir de 1767, o tabaco passou a integrar os gastos despendidos com um doente mental internado no Hospital da Misericórdia de Évora.
Visão História, Abril 2015

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