domingo, 25 de janeiro de 2015

AND NOW, FOR SOMETHING COMPLETELY DIFFERENT (?)

 
O axioma medieval 'Graecum est, non legitur' (é grego, não se lê) nunca fez tão pouco sentido como hoje, as eleições gregas interessam a todos.
O povo decidiu, está decidido. Como disse Pedro Mexia, a Grécia é aquele que entra primeiro no quarto escuro e vai batendo com as canelas nos móveis, os seguintes já vão menos às cegas. Foi assim com o resgate, é agora com a eleição da esquerda radical, cada vez mais moderada, por realismo ou tacticismo, seja na suspensão unilateral do pagamento da dívida e negociação para o seu cancelamento (impagável, mesmo após o perdão de metade dela, em 2011), na saída da OTAN, na nacionalização da banca (tudo no programa de 2012) e na crença do euro, que nem sempre existiu – Lafazanis, líder dum dos partidos do Syriza, quer mesmo o abandono da moeda.
Facto é que só o desespero conduziu a esta solução, um último ‘cartucho’ usado mais por cansaço que com entusiasmo: o Syriza passou em 5 anos de 4,6 para 36% (enquanto o socialista Pasok desceu de 43,9 para 4,8%) porque o que há não serve e, pensam os gregos como o Tiririca, pior que está não fica.
Ganhar foi o mais fácil. Agora se verá se a Coligação da Esquerda Radical honra o cartaz de 2007 e torna possível o impossível, ou cai na real – não espere que lhe continuem a emprestar dinheiro no dia em que decida não pagar o que deve, sem primeiro convencer os credores (os outros europeus) que isso também lhes interessa, e sem que estes imponham condições… austeras.
Talvez mais cedo que tarde, Tsipras (acossado pelos seus companheiros mais puristas, os falcões desagradados com um governo ‘redondo’) não consegue aumentar salários, pensões, apoios sociais e investimento sem cortar noutras despesas ou aumentar receitas, e descobre que o seu possível é impossível para os gregos.
Se correr bem, é bom para os gregos (e alumia os que vêm atrás, no escuro); se correr mal, é vacina para as outras quimeras radicais europeias.

* conta a lenda que Ariadne, filha do Rei Minos, deu um novelo de linha ao seu apaixonado Teseu, quando este entrou no labirinto do Minotauro, para ele conseguir achar o caminho de volta. Na Lógica, o fio de Ariadne consiste na escolha duma alternativa não marcada como fracassada e segui-la logicamente até onde for possível; se não resultar, volta-se à última decisão tomada, que se regista como fracassada, e tenta-se outra opção. Caso não exista, anda-se para trás até encontrar uma decisão com alternativas e segue-se por uma delas. Está visto, a solução para a Grécia sair do buraco é a mitologia e algoritmos.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

YANN ARTHUS BERTRAND, NÃO TEM DE QUÊ

Yann Arthus Bertrand, o autor da exposição '7 mil milhões de outros', no Museu da Eletricidade, é um francês especial. Também dedicado ao vídeo - porque, como disse, só um pequeno grupo de pessoas, como Sebastião Salgado, pode viver da fotografia -, Yann é em primeiro lugar fotógrafo, e um bastante despretensioso: como disse na entrevista ao Fotografia Total, as suas fotos não têm direitos de autor, se não usadas com intuito comercial, e Yann até fica contente quando uma das suas imagens é publicada na internet.
Seja, é com prazer que faço Yann feliz 22 vezes, com imagens suas das séries Terra vista do Céu, Cavalos e As bestas e os homens. Repito, não tem de quê.

Cemitério americano a norte de Verdun, Meuse, França

B-52s na base aérea Davis-Monthan perto de Tucson, Arizona, E.U.A.

Ossos de baleia Beluga, Van Keulenfjorden, Ilha Spitsbergen, Svalbard, Noruega

Colunas de Buren, Palais-Royal, Paris, França


Fardos de algodão, Thonakaha, região do Korhogo, Costa do Marfim

Colheita de algodão perto de Banfora, Burkina Faso

Caravanas de dromedários perto de Fachi, deserto de Ténéré, Niger

Madeiras flutuantes perto de Port-Gentil, província de Ogooué-Maritime, Gabão

Cemitério de tanques iraquianos no deserto próximo de Al Jahrah, Kuwait

Tapetes de Marraquexe, Marrocos

Campas modernas num cemitério em Asyut, vale do Nilo, Egipto

Monumento aos Descobrimentos na margem do rio Tejo, Lisboa, Portugal

Planisfério da exposição “Earth from Above” na Plaza Santiago R. Palmer em 2007, Caguas, Porto Rico

Salinas em Alexandria, Egipto

Piscina na Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil

Tractor num campo próximo de Bozeman, Montana, E.U.A.

Estaleiro de Ulsan, Coreia do Sul

Desperdícios da estação de dessalinização em Al-Doha, região de Jahra, Kuwait

Yankee Stadium, NY, E.U.A

Barcos em Kalaban Koro, subúrbios de Bamako, Mali
 
série cavalos
série 'des bétes & des hommes'