domingo, 25 de maio de 2014

RESCALDO


O VENCEDOR DÁ PONTAPÉS NA BALIZA
E OS DERROTADOS FSTEJAM NO BALNEÁRIO. 
 
1. Era esperado que o PS desse uma abada. Foi um erro primário, esquecer que os portugueses estão danados a ponto de, em vez de optar pelo challenger, também ele com culpa no cartório (mas fá-lo-ão quando for 'a doer'), escolher Marinho e Pinto, um Pepe Grilo sisudo.
2. Já o Livre, esquecido na noite eleitoral (porque esquecido nas urnas), não saltou fora dum nicho bem pensante. Mas fez mossa, ele e o MAS ajudaram a sua nave-mãe, o BE (10,7% em 2009, perdeu agora 230.000 votos), a continuar em refluxo. Pelo contrário, o PCP aproveita a abstenção, que toca aos outros e não chega ao seu eleitorado fiel (é fazer as contas, os votos podem ser os mesmos, mas valem mais) e ainda ganha mais 30.000 votos.
3. Só um em cada 3 eleitores recenseados foi a jogo; desses, 1 em cada 13 não escolheu ninguém do cardápio - 250.000 brancos e nulos que não passam sequer no rodapé das televisões, mas têm bem mais significado que a abstenção: embora a preguiça e o resultado sejam diferentes (o estardalhaço da abstenção é proporcional à sua dimensão), a mensagem é parecida: nenhuma das 16 propostas mereceu (a deslocação e) o seu voto. Ergo, lá os políticos entristecem momentaneamente com a falta de comparência do povo, e nada muda, até à próxima 'tristeza' pós-eleitoral.
4. Dos que foram à cabine, 4 em cada 10 não votou nos 3 partidos que têm governado. Confirma-se, as eleições europeias são aquelas em que se vota por gosto - só lá vai quem tem mesmo vontade, e escolhe-se quem apetece mesmo, sem qualquer intenção de utilidade, um considerando que pesa nas outras eleições.  
5. O resto, business as usual: o PS congratula-se com a 2ª vitória seguida e diz que os 2 partidos do governo levaram uma coça (tiveram juntos 40% em 2009, 'só' mais 516000 votos), estes dizem que venceu a abstenção e que a vitória do PS é poucochinha; Rui Tavares não foi eleito, mas encontrou um motivo para regozijo, nunca um debutante teve tantos votos; Marisa Matias diz que o BE atingiu o seu principal objectivo, manter uma representação em Bruxelas, mas o resultado não foi bom porque falhou a eleição do 2º deputado (pormenor, eram 3, até hoje). De facto, o vencedor absoluto por pouco não aparece no 'a descer' dos jornais, o 3º e o 4º vão aparecer nas manchetes de amanhã.


 

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