domingo, 20 de abril de 2014

OS ÚLTIMOS FILHOS DO IMPÉRIO

'Há uma dimensão estrangeira em mim, muito improvável, porque tendo crescido apenas com memórias portuguesas e tendo em muitos dos momentos tido a sensação de que sou o mais convencional dos portugueses, era constantemente levado a perceber que havia uma dimensão estrangeira na minha identidade. Enquanto não voltei à terra onde nasci, eu senti-me adiado.'
 
Tendo sido 'Retornado', reconheço como minha a história contada hoje na revista do Público, Os últimos filhos do Império. Porém, como não tinha sequer 3 anos quando embarquei num Jumbo, a caminho de Lisboa, não tenho recordações pessoais dessa ruptura, se expurgadas as memórias próximas, ou quaisquer sentimentos de perda: tirando a vontade de regressar à terra natal, foram as palavras de Valter Hugo Mãe (mais novo que eu 10 dias) que mais sentido me fizeram - de certa forma, somos uns sem-terra.
 
 

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