quinta-feira, 25 de julho de 2013

BLASFÉMIAS: LEÓN FERRARI

Por vezes, dá-se o caso de prestarmos mais atenção aos criadores depois deles morrerem. León Ferrari (1920-2013) morreu hoje*, razão suficiente para um raide pela sua extensa obra, espalhada por 7 décadas - foram várias as fases, as técnicas (desenho, colagens, escultura, desenho), os materiais (gesso, arame, papel, madeira, cerâmica ou... fezes de aves) e as temáticas.
Entre estas, há 3 elementos nucleares, que se cruzam, aqui e ali: o sexo, a igreja e a ditadura argentina, que o levou a um auto-exílio no Brasil. 
Ferrari testou (ou ultrapassou, dirão uns) todos os limites da religião católica, alvo duma atenção (ou embirração) especial - tornando Joana Vasconcelos, com o seu Shopping Fátima, uma menina de coro. 
A sua exposição retrospectiva de 2004 foi considerada blasfema pela igreja, justificando uma tumultuosa troca de galhardetes com o então arcebispo de Buenos Aires, agora um tolerante Papa Francisco. Afinal, qual o pecado maior, pôr uma imagem de Jesus num picador de carne, ou a passividade  - colaboracionismo, para os mais críticos - da igreja com o regime militar?
E agora, alguns exemplos, não recomendados a mentes sensíveis.

* A esta hora, Ferrari já sabe se Deus existe. Em caso positivo, está metido em sarilhos.

 Mujer, cerca de1960
 
Carta a un general, 1963, tinta china sobre papel, 60x45 cm

El árbol embarazador, 1964, 42x32 cm

Série Núnca Más

Série Núnca Más



Série Heliografias



Série Ideas para infierno
 
 

Série Surrealismo Nuevo Mundo, cerca de 1991









La civilización occidental y cristiana, 1965, yeso, madera y óleo, 200x120x60 cm

Untitled, 1994

Série l'Osservatore

Série Relecturas de la biblia, cerca de 1983

Devocion


Série Brailles - Unión libre (poema de André Breton em braille sobre fotografia), 2004

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