quarta-feira, 8 de maio de 2013

ELE HÁ CADA UMA

Dá-se a volta à National Gallery de boca aberta, tantos são os quadros conhecidos (estão lá, sem exagero, todos os pintores de renome, dos séculos XIII ao XIX): ena, este está aqui, e este, e este,...
Depois há surpresas agradáveis, fica a conhecer-se artistas que ignorávamos, principalmente ingleses, como William Hogarth ou Joseph Wright.
Gostei particularmente dum quadro deste último, tamanho XXL, que tem por título 'Uma experiência com uma ave numa bomba de vácuo', pintado em 1768, quando o estudioso-viajante James Ferguson passa por Derby, a terra do artista: numa sala sombria, o pássaro vai agonizando, perante a consternação de uns, a indiferença de outros, o pasmo de outros ainda.
E não é que a cara de Ferguson, com as suas hirsutas sobrancelhas, olhar pétreo e face vincada, é cuspida e escarrada (pormenor, a expressão original é esculpida em Carrara, tal a 'veracidade' das estátuas feitas com mármore daquela cidade) a de Vitor Gaspar? Para quem tiver dúvidas, é só clicar e ampliar.
Há outro paralelismo, ambos são adeptos do experimentalismo impiedoso com as cobaias, vai-se tirando o ar a ver o que sucede.
Se eu acreditasse em reencarnações...

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