terça-feira, 2 de abril de 2013

O ERRO CRASSO


O erro crasso foi crismado com o nome dum romano que, por ingenuidade táctica, desbaratou um exército inteiro, numa investida contra os partos. Mas o general tinha outra faceta. O gajo mais rico do império romano, na altura, era uma espécie de pato-bravo (e dono de bordeis e banqueiro e financiador político - o que agora também há), tinha um corpo privado de bombeiros, mas deixava os prédios arder até conseguir que os donos lhos vendessem, depois da 'depreciação'. Curiosamente, fez parte duma troika com César e Pompeu.

Vem isto a propósito de Carlos Moedas, ex-funcionário da Goldman Sachs (uma espécie de Crasso Inc., que vê o mundo como um tabuleiro de Monopoly e 'aconselha' a vergar os países, até ficarem baratos para vender) como o siamês António Borges.
Pois vejam lá que Carlos Moedas assinou os despachos 4109/2013 e 4110/2013 de 27 de fevereiro (o que faz temer acerca dos primeiros 4108 diplomas), contratando 2 estrelas galácticas, como técnicos especialistas 'para exercer as funções de acompanhamento da execução de medidas do memorando conjunto'. Os curricula são sucintos:
Tiago Miguel Moreira Ramalho, 21 anos, acabou o secundário há 4 anos, com 19 valores, e tirou a licenciatura em Economia no ano passado. Soma-se um estágio de 3 meses, não remunerado, no gabinete de estratégia e estudos do ministério de Economia.
João Miguel Agra Vasconcelos Leal, 22 anos, acabou o secundário há 5 anos, com 18 valores, tirou a licenciatura de 3 anos em Economia em 2011, e agora é mestrando na Católica. Fez um estágio de verão no gabinete de estratégia e estudos do ministério de Economia, em 2011, e já tinha um estágio de verão numa empresa de vinhos, quando estava na faculdade.

Epá, querem mandar embora 20.000 funcionários, e vão contratar 2 garotos, que é o que são - até podem ser muito conhecedores, mas só a tarimba os fará sabedores.
Carlos Moedas é um jovem turco do hiperliberalismo, mas acho que acredita no que faz, o que é uma atenuante para os seus erros colossais. Mas isto é diferente, não há maneira do senhor não ter noção do que está a fazer. Isto é, sem apelação, um erro crasso.
Notícias destas são deletérias, têm o mesmo efeito que comer ovos estragados ou camarões com toxinas.

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