segunda-feira, 7 de maio de 2012

UPS

Um xoninhas foi eleito presidente de França. Bem, não ganhou, estava apenas no lugar certo à altura certa: foi um referendo a Sarkosi, que chumbou, com uma união nacional esquerda-direita contra ele. 
À espreita está a debutante Le Pen, cujo voto em branco foi premeditado, para apear agora a direita tradicional e esfrangalhá-la em Julho, podendo passar a 1ª força política.
O problema de Hollande, e de quem nele votou, é que as suas promessas (reforma aos 60, mais 150.000 empregos na educação, fim das off-shore, menos austeridade), esbarram na realidade - como disse o outro, não é a direita que está contra, é a matemática. Também em Espanha e Portugal a oposição ganhou dizendo que o Estado estava a matar a economia, para depois continuar a esfolá-la.  
Mas pode ser que corra bem. 

Já na Grécia soou uma estridente sirene de ira e de desespero, os eleitores lançaram literalmente uma bomba de fragmentação. Bem se escreveu no El Pais, 'Desencantados com a casta de políticos tradicionais, furiosos com os sacrifícios gerados pela crise e fartos de que Bruxelas ou Berlim ditem a sua política económica, os gregos foram às urnas para votar com o coração e as vísceras'.
Acontece que, por enquanto, são os mercados a determinar os juros sobre o dinheiro que se dispõem a emprestar, e eles querem duas coisas: o respeito pelos acordos feitos e estabilidade/previsibilidade política. O que não se vislumbra. 
Pode ser que corra mal.

Pormenor, em França (na 1ª volta) e na Grécia, um partido da direita radical e outro da extrema-esquerda (uma pequena provocação) tiveram juntos 30% dos votos - no segundo caso, ainda acresce igual votação noutros partidos extremistas. 
É bom que os 'moderados' prestem atenção aos cidadãos e dêem respostas ao seu descontentamento, antes que seja tarde.  
É que eu até sou a favor da diversidade nos parlamentos, incluindo partidos radicais, mas em doses homeopáticas...

Sem comentários:

Enviar um comentário