segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

PUÂÂÂRTO (VII) - JÁ PARA A CADEIA

O Centro Português de Fotografia tem a seu crédito a colecção de 4000 peças de equipamento fotográfico, os 67 fundos e colecções, os milhares de fotografias, incluindo o vasto espólio de Aurélio Paz dos Reis (com fotos domésticas dos filhos Hilda, Homero, Horácio e Hugo Virgílio...) -, a criteriosa escolha de exposições e o cenário: está instalado, desde a criação em 1997, na antiga Cadeia da Relação do Porto.
Entre os clérigos e o mosteiro de S. Bento da Vitória, o tribunal e a cadeia foram construídos a partir de 1767, na zona do Olival (extremo oeste do porto medieval, acima da judiaria). Aí havia um anterior tribunal, erguido nos primeiros anos de 1600 - o primeiro tribunal a ser concedido ao burgo, e logo por um dos Filipes.
Aberta até à revolução dos cravos, e bastante organizada - a disposição dos presos pelas celas dependia do tipo de crime, do estatuto social ou profissional do detido e da capacidade económica para pagar o próprio encarceramento (como encomendar a comida de fora) -, a cadeia alojou um ilustre grupo de condenados: os adúlteros Ana Plácido e Camilo Castelo Branco (que aqui escreveu, em 15 dias, o Amor de Perdição), Alves dos Reis (por uns crimes experimentais, antes da grande burla das notas), o Duque da Terceira, João Chagas, o bandido romântico Zé do Telhado, ... 
As primeiras fotografias chegaram em 1902, com a instalação do centro antropométrico (e a teoria que as medidas do crânio podiam indiciar atitudes criminosas).









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