sexta-feira, 17 de junho de 2011

OLÁ PAI, SOU MINISTRO




Mimetizando Dias Loureiro, no tempo do outro senhor, 11 pessoas podem ter telefonado lá para casa a dar a boa nova, são ministros - só dois podem ligar e dizer 'sou outra vez ministro', Portas (Defesa) e Aguiar Branco (Justiça). Passos queria 10, Portas 12, foi salomónico: mas se a redução em 5 ministérios (Cultura, Presidência, Ciência e Ensino Superior, Obras Públicas, Ambiente) for compensada por um enxame de Secretários de Estado, não haverá poupança, apenas cosmética. Mulheres só duas, na agricultura e na justiça - nada de pastas sociais, ambiente ou cultura. Governo sem estrogénio, mas jovem: dois ministros com 36 e 37 anos (Cristas e Mota Soares), oito em escadinha dos 46 aos 53 e um ancião de 59: média de 47 anos.
Comecemos pelo CDS: Portas chega finalmente aos Negócios Estrangeiros, depois da nega de Sampaio há 9 anos, e leva como trunfos dois jovens turcos, um bom líder parlamentar, com cara de miúdo, e uma advogada que brilhou na área das finanças, a quem calha um mega-ministério com um título infindo. Política, política, política.
No lado do PSD, muita tecnocracia. Passos apresenta ministros expectáveis (Aguiar e Paula T. Cruz), põe o braço-direito Relvas no parlamento (mais juventude, desporto, reforma administrativa, autarquias,...), premeia o líder parlamentar com a pasta dos polícias e preenche a quota de independentes com pastas perigosas: dá a Saúde ao Homem-fisco, a educação ao filófoso-matemático e anti-eduquês, a economia ao Professor do Canadá que ganhou fama com a sua colectânea de números demolidores sobre Portugal, divulgada na net (repescada nestas bandas) e, finalmente, as Finanças a um discreto-barra-desconhecido - o povo à espera dos cabelos brancos do Catroga ou do director do BP, ou a careca de Bento, e sai um Gaspar, com curriculum bastante (director do departamento de estudos do BCE, chefe dos conselheiros da CE, consultor do BP), mas sem provado traquejo:  tirando Macedo, os outros 3 serão bons a dar ideias, agora na prática... No mínimo, é muito arriscado.
Ah, dar a agricultura ao CDS é de mestre. Se resultar, é bom para todos, se fracassar, nunca mais esse partido pode encher o peito na defesa da agricultura. Lá se vai o nicho de mercado.

Primeiro-Ministro - Pedro Passos Coelho
Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros - Paulo Portas
Ministro de Estado e das Finanças - Vítor Gaspar
Ministro da Economia e Emprego - Álvaro Santos Pereira
Ministro da Educação, Ensino Superior e Ciência - Nuno Crato
Ministro da Saúde - Paulo Macedo
Ministro da Solidariedade e Segurança Social - Pedro Mota Soares
Ministro da Agricultura, Ambiente, Mar e Ordenamento do Território - Assunção Cristas
Ministro da Defesa Nacional - Aguiar Branco
Ministro da Justiça - Paula Teixeira da Cruz
Ministro da Administração Interna - Miguel Macedo
Ministro dos Assuntos Parlamentares, Autarquias e Desporto - Miguel Relvas
Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros - Marques Guedes
Secretário de Estado adjunto do PM - Carlos Moedas
Secretário de Estado da Cultura - Francisco José Viegas
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2 comentários:

  1. Governo fechado: Passos queria 10 ministros e 25 secretários de Estado, tem 11 ministros e 34 'ajudantes', ainda assim abaixo dos 16-38 de Sócrates.
    Contas da troika: PSD 4 m. e 13 sE, independentes 4 m. e 14 sE, CDS 3 m. e 7 sE (incluindo os 6 principais deputados da bancada e um sr. que entrou em greve de fome por causa dum queijo).

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  2. Errata dos sE: 15 independentes, 12 do PSD, 8 do CDS (inclui uma sub-sE no MNE e um independente na agricultura).

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